Em um ano em que todos os dias representaram a busca por soluções para problemas sem precedentes, a inovação foi um tema constante. Considerando-se os varejistas de crescimento mais rápido em 2020, o destaque ficou para a capacidade de, com sucesso e rapidamente, transformar lojas em minicentros de distribuição.
“A necessidade é a mãe da invenção ou inovação”, diz David Marcotte, vice-presidente sênior da Kantar. A consultoria fez, com National Retail Federation (NRF), uma lista dos 100 maiores varejistas dos Estados Unidos.
“Eles fizeram um trabalho incrível ao reorganizar rapidamente suas empresas para poder selecionar e organizar os pedidos internos e enviá-los. Muito disso [foi] basicamente atribuível a nuvens e aplicativos. Se você entrasse em um supermercado, eles faziam a entrega direto da loja para as residências, mas não havia uma seção da loja dedicada a isso. Era basicamente uma mesa dobrável e alguém segurando um smartphone. Mesmo quando olhamos para serviços de entrega de terceiros, é um terminal muito pequeno dentro da loja”, explica.
Essa inovação pode ser descrita, diz ele, como “uberização, que é a compreensão de que você pode fazer um aplicativo fazer mais de uma coisa. Você pode usar o mesmo aplicativo para o usuário e para o provedor e para a logística e finanças e tudo mais. O aplicativo é perfeitamente capaz de fazer várias coisas”.
Para ele, entre as novas tendências do varejo estão os conceitos de loja dentro da loja e as sinergias entre empresas não concorrentes. “O resultado final é que quase todos os varejistas reduziram os SKUs na loja. Acidentalmente ou de propósito. Eles não conseguiram obter o produto ou decidiram descontinuar um fabricante inteiro em uma seção. Portanto, há muito mais espaço nas lojas.”
Por mais que se tenha pensado no início da pandemia sobre espalhar as pessoas e mudar o layout das lojas, ele diz, isso realmente não aconteceu. “Muito poucas empresas realmente transferiram suas lojas para fazer qualquer uma dessas coisas”, diz ele. “Mas agora há uma percepção de que há uma boa quantidade de espaço morto nas lojas, então o que devemos fazer? Existe uma autoconsciência de que certos departamentos não estão realmente carregando seu peso. Devo ainda estar nesse negócio?”, questiona.
A lista das 100 maiores varejistas dos EUA é liderada pelo Walmart, pela Amazon e pela The Kroger Co., as mesmas empresas que estavam no topo em 2020. O ranking é baseado nas vendas registradas em 2020.
Fonte e foto: Mercado e Consumo