A Pesquisa Mensal do Comércio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que, apesar dos impactos da pandemia, em 2020 o comércio de Mato Grosso do Sul apresentou crescimento no volume de vendas, quando comparado a 2019, de 4,5%. Em dezembro, mesmo com as projeções mais retraídas para as vendas natalinas, a reação foi de 5,9%. Quando se estende a análise para as receitas nominais, as proporções foram ainda mais significativas, devido aos efeitos da inflação, sendo, respectivamente, os índices de 7,8% e 11,9%.
“A exemplo do saldo de empregos, em que houve mais admissões que demissões em MS e consequentemente mais pessoas empregadas que em 2019, também tivemos uma reação para o comércio varejista. Isso se deve ao fato de que as pessoas tiveram de se reinventar, ao mesmo tempo em que o comportamento se alterou e alguns segmentos passaram a ser mais demandados, consequentemente, a lista de priorização de necessidades foi adaptada”, avalia a economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS, Daniela Dias.
Já para o comércio varejista ampliado, ou seja, aquele que inclui a construção civil, veículos, motocicletas e acessórios, o resultado foi de 3,6% de aumento do volume vendas e para o mês de dezembro de 11,5%. Para a receita nominal, os índices foram de 6,7% no comparativo anual e de 17,5% no comparativo de dezembro.
Dentre as principais justificativas que podem ajudar a explicar esse desempenho do mês de dezembro, há destaque para um maior apelo emocional provocado pelo natal e ano novo, somado ao distanciamento social, em que os consumidores tenderam a buscar mais itens associados a melhora do conforto, bem-estar, das lembranças familiares e de amigos.
“Em linhas gerais, parece que os empresários e as pessoas conseguiram se reinventar, mas isso não significa que não houve desemprego ou que os segmentos e empresários não foram impactados. Por outro lado, oportunidades surgiram, alguns negócios fecharam e outros abriram, conforme fossem enxergadas novas possibilidades de renda e empreendedorismo”, conclui Daniela.