O mercado de franquias foi um dos temas abordados durante a 19ª Convenção ABF do Franchising. O setor, que se popularizou no país, representa hoje 2,6% do PIB brasileiro.
“Depois de um segundo trimestre com algumas incertezas, o terceiro trouxe sinais mais positivos, especialmente no varejo e no andamento das reformas. Isso melhorou o índice de confiança empresarial e do consumidor, alavancando os negócios”, explicou André Friedheim, presidente da ABF, em entrevista exclusiva.
Todos os 11 segmentos listados pela ABF tiveram desempenho positivo no terceiro trimestre frente ao mesmo período do ano passado. A pesquisa indicou que o segmento com maior crescimento em receita no período foi o de Casa e Construção, com alta de 9,1%.
As redes atribuem este desempenho a estratégias como o aumento da gama de produtos e serviços, a maior integração entre a indústria e as lojas e investimentos em capacitação.
Moda foi o segundo de maior crescimento, com 8,6%, impulsionado, principalmente, pelo aumento das vendas online e redesign de produtos por parte de marcas tradicionais.
O terceiro melhor desempenho foi registrado em Comunicação, Informática e Eletrônicos, com 8,3%. O segmento cresceu no período alavancado principalmente pela melhora do quadro econômico, abertura de novas unidades, demanda de serviços de forma geral e ampliação no sortimento de empresas de gestão de meio de pagamentos.
Cuiabá foi a cidade com maior variação em número de unidades e se destaca no topo do ranking. No anterior, a cidade figurava a 29º. Por lá os setores de franquias com maior variação foram: Limpeza (44%), Conservação (44%) e Moda (40%).
A diretoria da associação destacou que Cuiabá tem grandes players em shoppings centers e que a interiorização do varejo e franquias facilitou o crescimento.
Mesmo com a crise das grandes redes de shoppings, André Friedham destacou que a personalização e novos formatos colocam o mercado de franchising à frente: “Focamos na estratégia de conversão. Por isso qur conseguimos crescer nos interiores. Chegamos como uma loja clean label, é melhor entrar como o segundo da cidade e crescer para o primeiro com base em melhorias. É importante trazer novos formatos sem perder o DNA”, declara.
Um exemplo de franquia que apostou no insight da exclusividade dentro dos shoppings foi a Morana. A rede de bijuterias traz peças únicas ou em poucas unidades, além de adaptar o conceito de uma joalheria para uma loja de bijoux.
“Hoje, trazemos uma experiência ao cliente do encontro de produtos que passam por uma curadoria e que prezam pela qualidade com um preço justo e acessível. Esse é o nosso diferencial dentro dos shoppings e lojas de rua”, revela o representante da marca.
Em levantamento da ABRASCE, os shoppings brasileiros demonstraram uma queda de 3,8% na frequência de consumidores. Mesmo com esse cenário, a ABF se mostra positiva com as vendas no setor de franquias: “Prevemos um resultado ainda melhor com a chegada da Black Friday e do Natal”, afirma André Friedham.
Fonte: No Varejo
Foto: Reprodução No Varejo