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Demografia das Empresas: em 2018, taxa de sobrevivência das empresas foi de 84,1%

Essa taxa de sobrevivência (84,1%) representa 3,7 milhões de empresas permanecendo ativas no Brasil (de um total de 4,4 milhões) e foi ligeiramente inferior à de 2017 (84,8%). Já a taxa de entrada de novas empresas, em 2018, foi de 15,9%, enquanto a taxa de saída ficou em 17,4%. Com isso, o saldo de empresas ativas foi negativo (-65,9 mil) e representou uma perda mais acentuada que a de 2017 (-22,9 mil empresas).

Entre 2008 e 2018, a taxa de entrada recuou de 21,8% para 15,9% (-5,9 pontos percentuais), com máximo valor de 22,2% em 2009. Já a taxa de saída, está em patamar semelhante ao de 2008 (17,7%), tendo atingido seu máximo em 2014 (20,7%) e, desde então, encontra-se acima da taxa de entrada.

De 2013 a 2018, o Brasil teve uma redução de 382,2 mil empresas e de 2,8 milhões de ocupados assalariados. Além disso, desde 2014 o saldo de empresas está negativo.

A atividade que mais se destacou em 2018 foi o Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, que contribuiu com o maior saldo negativo de empresas (-88,7 mil). Por outro lado, o setor de Saúde humana e serviços sociais foi o que deu a maior contribuição positiva ao saldo das empresas (23,7 mil).

As maiores taxas de entrada ocorreram no Amazonas (22,1%), Maranhão (20,5%) e Amapá (20,4%). Por outro lado, Rio Grande do Sul (13,3%), Santa Catarina (14,1%) e Minas Gerais (14,9%) registraram as menores taxas.

As maiores taxas de saída ocorreram no Amazonas (21,6%), Pará (20,8%) e Distrito Federal (20,7%). Em contrapartida, as menores taxas foram registradas nos três estados da Região Sul: Santa Catarina (13,4%), Rio Grande do Sul (15,5%) e Paraná (15,9%), e no Piauí (15,9%).

Em 2018, houve um aumento de 11,9% no número de empresas de alto crescimento, interrompendo cinco anos seguidos de queda. Essas 22.732 empresas de alto crescimento representaram 1,0% das empresas ativas com pessoal assalariado e 5,0% das empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas. Elas foram responsáveis por 11,2% das pessoas assalariadas e pelo pagamento de 9,1% dos salários e outras remunerações das empresas com 10 ou mais pessoas assalariadas. O número de empresas de alto crescimento em 2018 (22.732) foi o terceiro menor da série. O maior valor da série foi em 2012 (35.206) e o menor, em 2017 (20.306).

Apenas 5,6% das empresas que tiveram alto crescimento entre 2008 e 2013 mantiveram esse ritmo após 5 anos.

Estes são alguns dos destaques do estudo Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo 2018, que analisa a dinâmica empresarial através de indicadores de entrada, saída, reentrada e sobrevivência das empresas, bem como as empresas de alto crescimento e gazelas, entre outros.

Em 2018, o Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) somava 4,4 milhões de empresas ativas, que ocupavam 38,7 milhões de pessoas, sendo 32,3 milhões (83,5%) como assalariadas e 6,4 milhões (16,5%) na condição de sócio ou proprietário. A idade média das empresas era de 11,6 anos.

Os salários e outras remunerações totalizaram R$ 1,1 trilhão, com um salário médio mensal de 2,7 salários mínimos, equivalente a R$ 2.559,66, com crescimento de 0,2% em termos reais. A média salarial das empresas nascidas em 2018 (R$ 1.668,76) não apenas foi menor que a do total das empresas ativas, como também caiu 3,8% em relação às nascidas no ano anterior, uma perda real de R$ 65,53 ao mês, por empregado.

Do total de empresas ativas, 84,1% (3,7 milhões) eram sobreviventes e 15,9% correspondiam a entradas (697,1 mil), das quais 12,2% referentes a nascimentos (536,0 mil) e 3,7%, a reentradas (161,1 mil). Cerca de 17,4% das empresas ativas (ou 762,9 mil) saíram do mercado.

O saldo de empresas, registrado pela diferença entre entradas e saídas, foi negativo (-65,9 mil), assim como nos últimos 4 anos. As saídas não apenas foram superiores em termos absolutos (762,9 mil contra 697,1 mil de entrantes), como também cresceram em termos relativos (9,1% contra o aumento de apenas 3,1% no número de entrantes), resultando na redução de 1,5% no total de empresas ativas (menos 65,8 mil empresas). No entanto, o saldo foi positivo (1,3%) em se tratando de pessoal assalariado (351,1 mil pessoas) e também de pessoal ocupado total (0,9%) e massa salarial em termos reais (0,7%).

Novas empresas têm menor percentual de pessoas com ensino superior

Nas empresas ativas em 2018, os homens responderam pela maior parte da população ocupada e assalariada (60,7%), contra 39,3% de mulheres. A participação feminina foi semelhante, nas empresas sobreviventes (39,2%), bem como nas que entraram (40,4%) e saíram (41,2%).

Já a análise segundo o nível de escolaridade dos empregados revelou menor participação de empregados com nível superior nos eventos de entrada e saída da empresa no mercado. Enquanto na dinâmica de entrada e saída das empresas, a participação de empregados com nível superior foi de 8,8% e 7,8% respectivamente, nas empresas sobreviventes tal participação foi de 15,2%, uma diferença de até 7,4 pontos percentuais.

Comércio foi o setor que mais contribuiu para redução do número de empresas

Apenas o Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas contribuiu com um saldo negativo de 88,7 mil empresas, seguido pelas Indústrias de transformação, com menos 17 379 empresas.

Como contribuição positiva, duas atividades mereceram destaques. Primeiro, a Saúde humana e serviços sociais, que, embora não tenha apresentado participação expressiva nas entradas e saídas das empresas (apenas 6,4% e 2,8%, respectivamente), foi o setor que mais contribuiu positivamente no saldo do número dessas entidades (23 745 empresas).

As Atividades profissionais, científicas e técnicas registraram o segundo maior saldo (18 409 empresas).

Desde 2014, taxa de saída de empresas é superior à de entradas

Entre 2008 e 2018, houve uma mudança na dinâmica empresarial brasileira: a taxa de entrada, que até 2013 era superior à taxa de saída, passou a ser inferior. A taxa de entrada recuou de 21,8% para 15,9% (-5,9 pontos percentuais) nesse período de 10 anos, tendo atingido seu pico em 2009 (22,2%). Já a taxa de saída (17,4%), se encontra em patamar semelhante ao de 2008 (17,7%), sendo que seu maior valor ocorreu em 2014, 20,7%.

Ainda no período de 2008 a 2018, a taxa de sobrevivência subiu de 78,2% para 84,1%, sendo que o maior índice nesse intervalo de tempo foi alcançado em 2016 (85,5%).

Número de empresas e pessoal ocupado assalariado e respectivas
taxas, por tipos de eventos demográficos – Brasil – 2008-2018

Ano Tipos de eventos demográficos
Empresas ativas Saídas Saldos
(Entradas –
Saídas)
Total Sobreviventes Entradas
Total Taxas (%) Total Taxas (%) Total Taxas (%)
Número de empresas
2008 4.077.662 3.188.176 78,2 889.486 21,8 719.915 17,7 169.571
2009 4.268.930 3.322.254 77,8 946.676 22,2 755.154 17,7 191.522
2010 4.530.583 3.531.460 77,9 999.123 22,1 736.428 16,3 262.695
2011 4.538.347 3.666.543 80,8 871.804 19,2 864.035 19,0 7.769
2012 4.598.919 3.738.927 81,3 859.992 18,7 799.419 17,4 60.573
2013 4.775.098 3.903.435 81,7 871.663 18,3 695.748 14,6 175.915
2014 4.557.411 3.831.140 84,1 726.271 15,9 943.958 20,7 -217.687
2015 4.552.431 3.843.787 84,4 708.644 15,6 713.628 15,7 -4.984
2016 4.481.596 3.833.122 85,5 648.474 14,5 719.551 16,1 -71.077
2017 4.458.678 3.782.234 84,8 676.444 15,2 699.376 15,7 -22.932
2018 4.392.871 3.695.792 84,1 697.079 15,9 762.940 17,4 -65.861
Pessoal ocupado assalariado
2008 26.978.086 26.160.232 97,0 817.854 3,0 414.908 1,5 402.946
2009 28.238.708 27.373.575 96,9 865.133 3,1 452.208 1,6 412.925
2010 30.821.123 29.797.370 96,7 1.023.753 3,3 363.848 1,2 659.905
2011 32.706.200 31.726.069 97,0 980.131 3,0 410.407 1,3 569.724
2012 33.915.323 32.964.847 97,2 950.476 2,8 453.082 1,3 497.394
2013 35.050.524 34.162.830 97,5 887.694 2,5 524.159 1,5 363.535
2014 35.220.894 34.373.780 97,6 847.114 2,4 525.652 1,5 321.462
2015 33.623.393 32.845.567 97,7 777.826 2,3 492.182 1,5 285.644
2016 32.011.930 31.272.598 97,7 739.332 2,3 507.051 1,6 232.281
2017 31.877.046 31.047.640 97,4 829.406 2,6 469.406 1,5 360.000
2018 32.296.827 31.433.572 97,3 863.255 2,7 512.113 1,6 351.142
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Cadastro e Classificações, Cadastro Central de Empresas 2005-2018.
Nota: Em virtude de eventuais mudanças de âmbito das empresas de um ano para outro, o cálculo do número de empresas ativas (ou pessoal ocupado assalariado) no ano t não necessariamente equivale ao número de empresas (ou pessoal ocupado assalariado) ativas em t-1 mais entrada em t menos saída em t. Maiores informações, ver Nota Técnica.

O estudo analisou também a sobrevivência das empresas no período de 5 anos. Foram acompanhadas empresas nascidas em 2013 e, assim, observou-se que taxa de sobrevivência foi de 71,9% após 1 ano de funcionamento (2014), 61,0% após 2 anos (2015), 51,5% após 3 anos (2016), 44,1% após 4 anos (2017) e 36,3% após 5 anos (2018).

Quanto maior o porte da empresa, maior a taxa de sobrevivência. No primeiro ano de observação (2014), a taxa de sobrevivência foi de 64,5% nas empresas sem pessoal; de 91,2% naquelas com 1 a 9 assalariados e de 96,1% nas com 10 ou mais funcionários. Já após 5 anos, as taxas passam para 29,9%, 52,7% e 62,5%, respectivamente.

Centro-Oeste teve maior taxa de abertura de unidades locais e Norte, a maior taxa de saída

Dentre as unidades locais ativas, 50,0% estavam localizadas no Sudeste; 22,6%, no Sul; 15,3%, no Nordeste; 8,3%, no Centro-Oeste; e 3,7%, no Norte. Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, as taxas de entrada e saída foram superiores à média nacional. Com destaque para taxa de aberturas no Centro-Oeste (17,7%) e de extinção no Norte (19,6%).

Com relação às unidades da federação, as maiores taxas de entrada ocorreram no Amazonas (22,1%), Maranhão (20,5%) e Amapá (20,4%). Por outro lado, Rio Grande do Sul (13,3%), Santa Catarina (14,1%) e Minas Gerais (14,9%) registraram as menores taxas.

Já as maiores taxas de saída ocorreram no Amazonas (21,6%), no Pará (20,8%) e no Distrito Federal (20,7%). A menores taxas de saída foram em Santa Catarina (13,4%), Rio Grande do Sul (15,5%), Paraná (15,9%) e no Piauí (15,9%). No Sul também ocorreram as maiores taxas de sobrevivência: 86,7% para o Rio Grande do Sul, 85,9% para Santa Catarina e 84,6% para o Paraná.

O estudo também analisou a taxa de sobrevivência das unidades locais nascidas em 2008, segundo as unidades da federação. Apenas cerca de 25,3% sobreviveram 10 anos depois e apenas 47,5%, após cinco anos do nascimento. Houve considerável diferença entre as unidades da federação, com as taxas de sobrevivência no 5º ano de vida variando de 34,2%, no Amazonas, a 52,8%, em Santa Catarina. O Nordeste mostrou a maior disparidade: 50,9% da Paraíba contra 39,1% do Maranhão. No Sudeste, São Paulo (48,1%) teve a menor taxa e Minas Gerais (49,8%), a maior.

Empresas sobreviventes criaram 8,9% das novas unidades locais e mais de um terço dos novos empregos

As unidades locais são o endereço de atuação das empresas, que podem ter uma ou mais unidades. O estudo mensurou do total de unidades locais entrantes em 2018, a quantidade oriunda de empresas que já existiam no mercado desde o ano anterior. Tais empresas foram responsáveis por 69,0 mil das 775,1 mil unidades locais entrantes em 2018, portanto, uma participação de 8,9%. Apenas essas unidades responderam por 34,3% do total de pessoal assalariado de unidades locais entrantes.

Além disso, as unidades locais entrantes oriundas da expansão de empresas existentes pagaram salários médio mensal 35,4% acima, ou seja, R$2.710,95 contra R$ 2.001,77 do total de unidades locais entrantes. Ainda, as unidades originadas da expansão de empresas existente já iniciam suas operações com cerca de quatro vezes o número médio de empregados (6,5 versus 1,7 pessoal assalariado por unidade local).

Empreendedorismo: 1,0% das empresas com empregados são de alto crescimento

Em 2018, existiam, no Brasil, 22.732 empresas de alto crescimento (pelo menos 20% de crescimento médio do pessoal ocupado assalariado ao ano por um período de três anos e com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas no ano inicial de observação). O número cresceu em relação a 2017, quando atingiu o menor patamar da série, mas ainda está no terceiro menor nível histórico, bem abaixo do pico de 2012 (35.206).

Essas empresas, em 2018, ocuparam 2,9 milhões de pessoas assalariadas e pagaram R$ 85,5 bilhões em salários e outras remunerações, com um salário médio mensal de 2,7 salários mínimos. No patamar de empresas com 10 ou mais empregados, elas absorvem de 11,2% da mão de obra e geram 9,1% dos salários e outras remunerações.

Entre as empresas ativas com pessoal ocupado assalariado, apenas 1,0% são de alto crescimento. Porém, essas empresas são responsáveis por 9,1% do pessoal assalariado. Em 2018, elas ocuparam 2,9 milhões de pessoas assalariadas e pagaram R$ 85,5 bilhões em salários e outras remunerações, com um salário médio mensal de 2,7 salários mínimos.

Apenas 5,6% das empresas alto crescimento mantém o ritmo 5 anos depois

Os resultados do estudo sugerem o quão difícil é sustentar um rápido crescimento. Considerando-se as empresas que se tornaram de alto crescimento entre 2008 e 2013, apenas 5,6% delas repetiram o fenômeno após cinco anos, mesmo registrando uma elevada taxa de sobrevivência em igual período. Essa chance de reincidência decresceu com o passar dos anos, chegando a 3,1% após 10 anos de observação, para aquelas nascidas em 2008.

As empresas de alto crescimento possuem, em média, mais anos de mercado (14,3 anos) do que o conjunto das empresas ativas (11,6 anos), porém ainda são mais jovens que a média daquelas com 10 ou mais pessoas assalariadas (16,3 anos).

Com relação ao porte, as empresas de alto crescimento, não podem ser consideradas pequenas. Em 2018, possuíam, em média, 129,1 pessoas assalariadas, contra um total de 57,4 observado naquelas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas.

De 2015 a 2018, as empresas de alto crescimento geraram 1,8 milhão de empregos

Apesar de as empresas de alto crescimento representando somente 0,5% das empresas ativas brasileiras, elas desempenham um papel relevante na estrutura empresarial, particularmente na geração de empregos formais. De 2015 a 2018, as empresas com assalariados geraram 2,5 milhões empregos formais. No mesmo período, as empresas de alto crescimento contribuíram com 1,8 milhões (ou 72,0%) desses novos empregos.

Apesar de estarem presentes em todas as atividades econômicas, o grau de penetração das empresas de alto crescimento não é homogêneo. A participação relativa às empresas com pelo menos 10 pessoas assalariadas foi maior nas Atividades administrativas e serviços complementares (9,2%), Informação e comunicação (8,5%) e Construção (7,6%).

Dentre os 10 maiores setores, as três menores participações foram: Alojamento e alimentação (2,7%); Educação (3,5%), inclusive com importante queda relativa nos últimos anos; e Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (3,8%), demonstrando que, apesar dessa atividade concentrar o maior número de empresas de alto crescimento (25,1%) em relação ao total de entidades desse setor, as empresas de alto crescimento estão proporcionalmente menos presentes.

11,4% das empresas de alto crescimento eram gazelas

Em 2018, havia 2.597 empresas gazelas (empresas de alto crescimento com até cinco anos de idade), que absorveram 198,8 mil pessoas assalariadas e que representam 11,4% do total de empresas de alto crescimento.

Entre 2013 e 2018, ocorreram quedas consecutivas, tanto no número de empresas gazelas quanto no pessoal ocupado assalariado. Seu contingente, que era 4,7 mil empresas em 2012, passou para 2,4 mil empresas em 2017, e o total de empregados, de 424,0 mil para 198,8 mil, no período. Já em 2018, houve um aumento de 7,2% no contingente de empresas gazelas frente ao ano anterior.

Fonte: IBGE

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