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De 2019 para 2020, setor de serviços perde 1,1% das empresas e 2,4% dos postos de trabalho

A Pesquisa Anual de Serviços (PAS) 2020 mostrou um total de 1.368.885 de empresas, com queda de 1,1% em relação à 2019, devido principalmente à retração de 14,3% no segmento de serviços prestados principalmente às famílias. Essas empresas foram responsáveis por ocuparem 12,5 milhões de pessoas pagando R$ 373,5 bilhões em salários, retiradas e remunerações. Os dados foram divulgados hoje (24) pelo IBGE.

 

 

 

Os serviços profissionais, administrativos e complementares (504,5 mil empresas) e os serviços prestados principalmente às famílias (357,8 mil) foram os segmentos com maior número de empresas, correspondendo, em conjunto, a 63,0% das empresas prestadoras de serviços não financeiros em 2020.

Em 2020, o isolamento social ocasionado pela pandemia da Covid-19 gerou consequências no emprego, no desenvolvimento das empresas e nos serviços prestados de forma presencial. Frente a 2019, enquanto o PIB caiu 3,9%, o PIB do setor de Serviços recuou 4,3%.

 

 

 

Entre 2019 e 2020, ocupação cai 2,4% – Em 2020, o setor de serviços empregava 12,5 milhões de pessoas. O segmento dos serviços profissionais, administrativos e complementares liderava o ranking da ocupação, com 5,5 milhões de pessoas ocupadas. Em relação à 2019, o setor de serviços perdeu 2,4% do pessoal ocupado.

“As atividades que dependiam de atendimento presencial foram as mais afetadas pela pandemia, que aumentou a queda na ocupação iniciada a partir da crise de 2014. Com exceção de serviços profissionais, administrativos e complementares; atividades imobiliárias; e outras atividades de serviços, os outros segmentos tiveram queda na ocupação”, disse o analista da pesquisa, Marcelo Miranda.

O setor mais afetado foi o de serviços prestados principalmente às famílias com queda de 16,4%, ou menos 467,9 mil ocupações. Dentro desse segmento, a influência negativa mais intensa veio dos serviços de alimentação: -18,7% ou menos 329,2 mil pessoas ocupadas. Agências de viagens, operadores de turismo e outras atividades de turismo também caíram forte (28,4%) assim como edição integrada à impressão (21,2%).

Entre as maiores altas, destaca-se a seleção, agenciamento e locação de mão de obra, que representa a terceirização, opção de muitas empresas durante a pandemia. “Foi o maior aumento de pessoas, em número absoluto (143,1 mil) e em percentual (22,2%)”, analisa Miranda.

O salário médio caiu em 10 anos – Entre 2011 e 2020, a média de ocupação do setor de serviços caiu de dez para nove pessoas por empresa. Das quatro atividades de empresas com maior porte, três estão no segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que tinha a maior média de ocupação: 15 trabalhadores por empresa. A atividade de transportes aéreo foi a que apresentou a maior variação negativa em termos absolutos (-41 pessoas).

“Em dez anos, o porte das empresas mudou pouco, passando de uma média de dez para nove pessoas ocupadas, com pouca variação, a não ser de serviços profissionais, administrativos e complementares e de outras atividades de serviços que caíram de 14 para 11 e de 13 para 10. Em relação aos salários, há queda em todos os segmentos, à exceção de outras atividades de serviços. O destaque é o segmento de serviços de informação e comunicação que paga o maior salário, mas também caiu”, diz o analista da PAS.

O salário médio mensal recuou, passando de 2,5 salários mínimos (s.m.), em 2011, para 2,2 s.m. em 2020. Serviços de informação e comunicação (4,5 s.m.) continuou com a maior remuneração em salários médios, mas foi o que teve a maior redução (1,0 s.m.). Esse resultado foi influenciado pela atividade de telecomunicações que reduziu 2,1 s.m. em 10 anos.

Outras atividades de serviços (3,4 s.m.) e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (2,6 s.m.) também continuaram a pagar, em 2020, salários acima da média do setor. Serviços prestados principalmente às famílias tiveram a média salarial mais baixa (1,4 s.m.).

 

Em 10 anos, Sul e Centro-Oeste aumentaram sua participação na receita dos Serviços

Entre 2011 e 2020, três das cinco grandes regiões perderam participação em receita. O Sudeste, que concentrou a maior parcela da receita bruta, perdeu 0,7 pontos percentuais (p.p.), passando de 66,1% para 65,4%; enquanto o Nordeste caiu de 10,2% para 9,5% e o Norte, de 2,8% para 2,6%. Apenas o Sul (14,1% para 15,0%) e Centro-Oeste (6,8% para 7,4%) cresceram em participação, apresentando ganhos de 0,9 p.p. e 0,6 p.p. em dez anos.

Todas as regiões tiveram quedas nos salários, com Sudeste, Norte e Centro-Oeste apresentando as maiores perdas: 0,3 s.m. Já as regiões Sul e Nordeste perderam 0,2 s.m.

Serviços profissionais ultrapassa Transportes e assume liderança em receita líquida

Em 2020, o setor de serviços gerou R$ 1,8 trilhão de receita operacional líquida. Entre 2019 e 2020, os maiores aumentos em participação na receita dos serviços foram serviços profissionais, administrativos e complementares (1,7 p.p.) e outras atividades de serviços (1,3 p.p.). Por outro lado, as maiores quedas foram de serviços prestados principalmente às famílias (2,6 p.p.) e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (1,0 p.p.).

O setor de serviços profissionais, administrativos e complementares abrange os serviços técnicos e profissionais, escritórios de advocacia, contabilidade, seleção e alocação de mão de obra e agências de viagens, por exemplo. Até 2011, era o terceiro maior segmento, mas, em 2012, ganhou a segunda posição e, em 2020, ultrapassou o segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, tornando-se o líder. ”Vale lembrar que o setor de transportes sofreu muito durante a pandemia”, explica Marcelo Miranda, analista da pesquisa.

Fonte: IBGE

Foto: Pixabay

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