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Companhias focam no desenvolvimento mais estratégico

Capacitar os funcionários e apostar na tecnologia para otimizar processos são as prioridades das empresas eleitas "As Melhores na Gestão de Pessoas" pela revista "Valor Carreira" em 2016. Segundo representantes ouvidos pelo Valor na cerimônia de entrega dos prêmios, em São Paulo, os investimentos das áreas de RH no ano que vem serão marcados por ações de treinamento e desenvolvimento em áreas estratégicas.

Para atravessar o período de crise e o cenário turbulento de 2016, as ganhadoras destacam que foi fundamental ter metas claras e comunicar de forma eficiente o que é esperado dos funcionários. O presidente da São Bernardo Saúde, Walter Luiz Dalla Bernardina, atribui à transparência a melhoria no clima mesmo em um ano em que a empresa enxugou quadros e cobrou mais. "A gente sempre falava as coisas boas, de três anos para cá começamos a também falar as ruins e a deixar os resultados e as dificuldades claras", diz. Para o ano que vem, no qual o executivo espera voltar a ver crescimento, o RH terá como foco o treinamento dos gestores de atendimento.

Na química Lanxess, o CEO, Marcelo Lacerda, destaca a importância da cultura de excelência pretendida pela empresa ser transmitida de forma simples. "Isso precisa ser traduzido em práticas e objetivos que ficam palatáveis no dia a dia", diz. A empresa fez duas aquisições neste ano, com a entrada de cerca de 150 funcionários. Por isso, a previsão para o ano que vem é de um aumento de 17% no orçamento de RH na comparação com 2016. O foco dos investimentos será o treinamento desses novos profissionais e da equipe de vendas.

A empresa de cartão de benefícios Alelo reforçou a comunicação de metas e resultados. "Este ano foi importante celebrar conquistas, pequenas ou grandes", explica Soraya Bahde, diretora de gente e gestão, que cita ferramentas como os vales para atividades de lazer e comemorações em público quando há alcance de metas. Após o foco dado ao programa de formação de liderança em 2016, para o ano que vem a empresa vai investir mais no treinamentos dos níveis de analista e especialista.

Já na química Basf, uma prioridade do treinamento em 2017 será a formação dos profissionais de RH que ficam alocados em outras áreas, os "business partners". "Eles hoje são generalistas, e a ideia é que eles contribuam mais para as decisões de negócio", diz Juliana Justi, gerente sênior de RH para a América do Sul.

A Security Segurança e Serviços prevê que o quadro vai expandir para acompanhar o crescimento de cerca de 20% que a empresa vem registrando mesmo na crise, e que está previsto para 2017. Um dos principais projetos do RH, segundo a gerente Fabricia Oliveira, será a criação de uma universidade corporativa a distância para aprimorar o treinamento dos funcionários que ficam alocados nos clientes, em cerca de 450 municípios. Hoje a capacitação é feita com apoio de unidades móveis. "Assim chegamos mais rápido e levamos mais informação até eles", afirma.

A tecnologia também faz parte da estratégia da Copagaz, que vai implementar um novo sistema de gestão e reforçar o treinamento da liderança para acompanhar as mudanças, que continuam o processo de profissionalização da empresa de controle familiar. "O novo sistema impede o retrabalho e vai otimizar as equipes", diz Pedro Turqueto, gerente de negócios.

Com previsão de fazer contratações no próximo ano, o grupo Gazin considera o trabalho feito na cultura da companhia um elemento de competitividade. "Mostramos que a empresa se preocupa com práticas de gestão de resultados, mas sem perder de vista a relação de confiança", afirma Viviane Thomaz, gerente de gestão de pessoas. Para o CEO da Aon Brasil, Marcelo Munerato, empresas com índice de engajamento maior têm conseguido resultados financeiros melhores. "Muitas das vencedoras são recorrentes, são empresas que investem nas pessoas não só com remuneração mas com oportunidades relevantes de aprendizado e reconhecimento", diz.

Na Embraer, que realizou um programa de demissão voluntária para promover ajustes em 2016, o orçamento de RH do ano que vem deve ser reduzido. A expectativa do VP de pessoas, Maurício Aveiro, é que o investimento realizado na formação de lideranças tenha preparado os gestores para o cenário difícil. "Em momentos desafiadores, a relação com as equipes é ainda mais importante", diz.

 

Portal Varejista

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