Ao longo de um ano de implementação do Programa Ecos – Programa de Sustentabilidade- no Sistema Comércio MS, os colaboradores têm muito a comemorar. Além do incentivo a práticas sustentáveis em ambiente corporativo, o estímulo a mudanças comportamentais já gera resultados positivos. E o meio ambiente só tem a agradecer.
O Programa surgiu com base no compromisso que as instituições vinham adquirindo a respeito das melhorias em suas práticas socioambientais, tornando-se fundamental a implementação de ações que induziam a mudança de pensamentos, paradigmas, posturas e procedimentos internos preconizados pelo desenvolvimento economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente correto, que já fazem parte da missão institucional.
“O Sistema Comércio Mato Grosso do Sul abraçou essa iniciativa porque entende que temos também responsabilidades com o que estamos fazendo e deixando para as futuras gerações, também em nível organizacional. Promover e apoiar essa integração conjunta com Fecomércio, Sesc e Senac, iniciativa pioneira no Sistema CNC, só veio a contribuir com as melhores práticas, a troca de experiências entre as instituições e ao melhor alinhamento das ações possíveis de serem praticadas”, explica o presidente do Sistema, Edison Araújo.
Envolvimento e adesão – O Programa Ecos permite a construção de um conjunto de ações planejadas e checadas continuamente, para a mitigação dos impactos relacionados às atividades das instituições, que possam gerar resultados duradouros e de referência para outras organizações. O gerente de planejamento e orçamento do Senac MS, Fábio Santos, e um dos coordenadores do Programa, pontua que a adoção do Programa é mais ampla que trazer um resultado financeiro. “Isso é decorrente das ações. Para se alcançá-lo é necessário propor e implementar boas práticas de sustentabilidade com engajamento e mudanças de atitude das equipes como forma de atender a diretriz do Programa”.
E os números são positivos. De acordo com o Relatório Ecos 2018, a geração de resíduos nos departamentos regionais do Sesc e da Fecomércio (instituições que compartilham mesmo prédio em Campo Grande), em 2018, foi de 679 quilos enquanto que, em 2017, estava em 1.122 quilos. Em valores, significam, respectivamente a diminuição de R$ 25.806,00 para R$ 16.952,00, levando em consideração o custo do alimento descartado no refeitório, onde são consumidos –em média – 55 refeições diárias.
Outro indicador refere-se à redução dos copos plásticos descartáveis. Em 2018, Sesc e Fecomércio fizeram o uso de 26.667 unidades, número muito menos expressivo que os 97.300 de 2017. No Senac, cujo departamento regional está localizado em outro bairro, o ano passado foram usados 14.600 copos de plástico, enquanto em 2017 eram 61.300. Nas três instituições são 200 colaboradores envolvidos.
Adoção de medidas ao longo do ano, como substituição dos descartáveis por copos de vidro e canecas de cerâmica, instalação de temporizadores nas torneiras e de sensores de presença para acendimento automático de luzes, substituição das lâmpadas fluorescentes por LED, emissão digital de holerite, reaproveitamento dos uniformes e programação das impressoras para impressão frente e verso com cotas de impressão, substituição de papel na aplicação das pesquisas sazonais por tablets, também contribuem com as práticas sustentáveis.
A diretora de gestão de pessoas do SESC MS, Ana Carina Pini Mello, destaca ainda as ações motivacionais desencadeadas a partir da implementação do Programa. Os colaboradores participaram, por exemplo, de um teste criado para identificarem se suas ações, em casa ou no serviço, já estão aderentes à proposta de sustentabilidade. O teste da “Pegada Ecológica” procurou saber o quanto suas atitudes refletem na conservação do meio ambiente, em reciclagem, com objetivo de despertar a consciência. Também são feitas ações de endomarketing, onde campanhas alertam contra desperdícios de água, luz e convocam ao uso consciente de várias fontes de energia. Por meio do Programa, na Semana do Meio Ambiente foi promovido o Fórum de Desenvolvimento Sustentável com o tema sobre Fontes Alternativas Renováveis de Energia com a participação de colaboradores dos departamentos regionais.
Outras campanhas foram a arrecadação de lixo eletrônico, feitas em parceria com o Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação e a disponibilização de um PEV – Ponto de Entrega Voluntária – de óleo e esponja nas unidades do Restaurante do Sesc. “O envolvimento dos colaboradores é estratégico para o sucesso do programa e é um processo constante para que o Programa não perca a identidade e receba melhoria constante. Você trabalha com a mudança de consciência das pessoas e precisa sempre reforçar os conceitos”, conta Ana Carina.
Sustentabilidade – O projeto de implantação integrado é realizado, na CNC, pela Gerência Executiva de Comunicação em parceria com a Divisão Sindical. No Departamento Nacional do Sesc é liderado pela Assessoria de Projetos Especiais de Sustentabilidade e, no Departamento Nacional do Senac, é conduzido pela Assessoria de Comunicação.
Atualmente, sete estados implantaram em conjunto o programa. De acordo com a analista de Comunicação da CNC, Fernanda Ramos, o formato de integração conjunta entre as instituições do Sistema Comércio traz benefícios estratégicos de médio e longo prazos. “A unificação das diretrizes da atuação em sustentabilidade no ambiente corporativo das instituições, minimizando custos e agilizando os processos são pontos positivos”, afirma.
Ela destaca ainda o “fortalecimento da discussão da sustentabilidade e o amadurecimento no entendimento do tema, a potencialização do alcance dos resultados e a inclusão da temática sustentável na governança corporativa e no processo de tomada de decisão. ”
Os desafios – Os próximos passos, segundo a Superintendente da Fecomércio MS, Valmira Carvalho, referem-se ao alinhamento da proposta do Programa aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), traçados pela ONU e propor ações ecologicamente sustentáveis mais aderentes ao que está no documento. Um caminho onde todos podem e devem participar e o melhor, segundo ela, que envolve o senso coletivo e legado para o futuro. “Participar de um programa como este mostra o respeito, a responsabilidade e o comprometimento que as instituições têm com a sociedade, meio ambiente e políticas públicas sobre sustentabilidade”, defende.