De acordo com previsões da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), as vendas do varejo voltadas para a Páscoa deste ano deverão crescer 1,5% em relação ao ano passado. Se confirmada a projeção otimista, este será o terceiro ano seguido de crescimento real das vendas, mesmo com um ritmo inferior ao do ano passado, que foi de +2,0%.
Cabe lembrar que durante a recessão de 2015 e 2016, as perdas chegaram a 5,2%. “O maior avanço real nas vendas de produtos relacionados à Páscoa ocorreu em 2010 (+9,5%), ano em que a economia em geral cresceu 7,5%”, afirmou o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes.
A previsão é que os estabelecimentos do varejo alimentício, que sempre são afetados pelo aumento sazonal de vendas em datas comemorativas, faturem cerca de R$ 2,4 bilhões com as vendas voltadas para a Semana Santa deste ano. De acordo com a CNC, nos 12 meses encerrados em março, a cesta composta por bens e serviços tipicamente mais demandados pela data acumulou variação média de preços de +4,6%, taxa menor do que aquela observada às vésperas da Páscoa passada, que foi de +5,9%.
Chocolates e passagens estão mais caros este ano
A pesquisa da CNC aponta ainda que os chocolates, carro-chefe das vendas de Páscoa, estão 5,7% em média mais caros neste ano. Além do preço dos chocolates, as oscilações nos preços das passagens aéreas, que aumentaram em média 10,8%, e passagens rodoviárias interestaduais, que subiram 17,7%, impedem um avanço mais significativo no consumo de bens e serviços relacionados ao feriado da Semana Santa.
Considerando-se o período de formação dos estoques do varejo para essa data comemorativa (geralmente nos meses de setembro e outubro do ano anterior), houve um avanço anualizado de 17% do dólar diante do real. Assim, além do nível fraco da demanda nos últimos meses, o comportamento da taxa de câmbio contaminou não somente o preço das tarifas, mas também elevou o custo de importação de produtos típicos como azeite de oliva, pescados e do próprio chocolate.
Data deverá gerar cerca de 10,7 mil postos de trabalho temporário
A pesquisa da CNC revela também que cerca de 10,7 mil novos postos de trabalho temporário deverão ser gerados por hiper e supermercados, que responderão por aproximadamente 65% do total de vagas a serem oferecidas. O salário médio de admissão no varejo deverá ser em torno de R$ 1.267, representando um avanço de 5,9% em relação à Páscoa de 2018. Dadas as incertezas referentes à evolução do consumo nos próximos meses, a taxa de efetivação em 2019 será mais baixa. Do total de vagas temporárias oferecidas pelas atividades envolvidas com a Páscoa, 4,5% deverão se tornar postos de trabalho efetivo – percentual abaixo da média histórica (12%).
Fonte: CNC