Desde o início da pandemia, em março de 2020, estamos passando uma crise sanitária que afeta a todos, bem como, uma crise social com graves consequências econômicas. São 15 meses de insegurança, enfrentamento do desconhecido, adaptação aos normativos estabelecidos pelos órgãos competentes e, não poderíamos deixar de destacar, o grande desafio que cada empresário, no seu respectivo negócio, teve que gerenciar. Para aumentar suas possibilidades de faturamento e, com isso, manter a empresa aberta e empregos garantidos, inovou na sua abordagem de vendas, criando canais que possibilitasse uma maior segurança ao cliente, mesmo quando a loja estava aberta e com todos os protocolos de biossegurança estabelecidos. Sempre esteve com ações que trouxessem um equilíbrio entre a economia e a saúde dos seus colaboradores e clientes.
Sabemos que muitos são os fatores que nos trouxeram a este momento catastrófico de nossa história. Inicialmente o estado esteve com uma boa contenção da contaminação do vírus, mas no decorrer do tempo a média móvel de contaminados e de mortos veio num crescente, levando em momentos pontuais, a decisão governamental pelo fechamento de atividades não essenciais.
Novamente dá-se o fechamento do comércio, como se essa medida isolada fosse capaz de conter a pandemia. Sentimos falta de um plano de enfrentamento da crise, que fosse discutido em conjunto com os setores produtivos, para a soma de esforços e a definição de estratégias. Como exemplo, citamos os hospitais de campanha e, depois, a definição pelas desativações, sem nunca terem sido utilizados.
Estamos todos pela vida, contudo os negócios também precisam sobreviver. Precisamos participar das estratégias, planejar datas e ações para que os impactos sejam o menor possível. Queremos fazer a nossa parte neste processo, mas não podemos continuar sendo surpreendidos. O que fazer com os produtos perecíveis dos bares e restaurantes, adquiridos às vésperas da terceira melhor data para o comércio sul-mato-grossense? O que fazer com os estoques das lojas, que foram planejados para vendas? O que fazer com a folha de pagamento e os impostos que estão vencendo? O empresário, mais uma vez, vai pagar a conta da imprudência das pessoas que não cumprem os protocolos de prevenção e segurança, que se aglomeram em festas clandestinas, e pela falta de planejamento da crise pelos nossos governantes.
É preciso união de esforços, de trabalhar em conjunto, de proteger vidas, mas pensar, também, na saúde dos negócios. Cada um precisa fazer sua parte, mas o comércio, sozinho, não tem mais fôlego. O comércio, é seguro e essencial! É essencial para a manutenção dos empregos, para a manutenção de renda de milhares de pessoas e para a manutenção do PIB, do qual representa mais de 70% do total gerado em MS.
O Sistema Fecomércio/MS entende que não existe milagre diante de uma crise desta envergadura e, sim, iniciativas para achar caminhos alternativos e inovadores, para superação de um momento tão difícil.
Edison Araújo – presidente do Sistema Fecomércio MS