Em setembro de 2020, o volume de serviços em MS apresentou alta de 9% frente a agosto, na série com ajuste sazonal, registrando assim a maior variação positiva desde março de 2011, quando registrou alta de 9,2%. É a segunda alta consecutiva, que sucedeu uma taxa negativa em julho (-0,5%) e uma sequência de três taxas negativas, entre março e maio, com perda acumulada de 10,1% neste período. Com este resultado, o estado se recuperou das perdas no setor em 2020, com uma alta de 6,5% no ano.
Na série sem ajuste sazonal, frente a setembro de 2019, o volume de serviços em MS subiu 3,9%, primeira taxa positiva após seis taxas negativas consecutivas nessa comparação. O acumulado no ano caiu 3,4% frente ao mesmo período de 2019. A taxa dos últimos 12 meses recuou 1,5% em setembro de 2020. No Brasil, o setor de serviços cresceu 1,8% em setembro, o quarto resultado positivo consecutivo. O ganho acumulado de 13,4% nesse período, no entanto, ainda é insuficiente para compensar as perdas de 19,8% acumuladas de fevereiro a maio. Regionalmente, 25 das 27 unidades da federação tiveram expansão no volume de serviços em setembro, frente a agosto, acompanhando o avanço (1,8%) observado nacionalmente. MS teve a segunda maior alta entre as UFs, atrás do Piauí (11,5%). Na passagem de agosto para setembro, quatro das cinco atividades pesquisadas cresceram. Apenas serviços
profissionais, administrativos e complementares (-0,6%) tiveram resultado negativo, eliminando pequena parte do ganho de 5,8% no período de junho a agosto.
Já o setor de outros serviços, que alcançou 4,8% na comparação com o mês anterior, e 6,1% no acumulado do ano, foi o único a superar o nível pré-pandemia. Outros serviços alcançaram o maior patamar desde outubro de 2014, refletindo a alta nos serviços financeiros e auxiliares. As empresas nesse segmento vêm obtendo incrementos de receita desde o segundo semestre de 2018 em função da redução consistente da taxa Selic, que reduziu os ganhos com a poupança e levou os agentes econômicos a buscarem alternativas mais atraentes de investimentos, sejam de renda fixa ou variável. Nesse
sentido, empresas que atuam como intermediárias desse processo de captação recursos, tais como as
corretoras de títulos e as administradoras de bolsas de valores, têm obtido ganhos expressivos de receita por conta da maior procura por ativos de maior rentabilidade”, comenta o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Os setores mais afetados pela pandemia, serviços prestados às famílias (9,0%) e transportes (1,1%), tiveram importância mais moderada na composição do resultado do mês, já que ambos cresceram pelo quinto mês seguido, o que lhes conferiu uma base de comparação mais elevada. Muitos trabalhadores ainda estão exercendo suas funções fora do local de trabalho e ainda há muitas pessoas que não estão saindo de casa nem viajando. Por isso, estabelecimentos como restaurantes e hotéis, além do transporte de passageiros, ainda não estão funcionando em plena capacidade, atuando como limitadores de um processo mais acelerado de retomada tanto dos serviços prestados às famílias como do setor de transportes como um todo”, explica Lobo.