A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) calcula que o início do processo de flexibilização em diversas regiões do País reduziu em R$ 9,14 bilhões os prejuízos do comércio nas três primeiras semanas de junho. Se a queda no índice de isolamento social mantivesse o ritmo mais lento dos últimos meses, o varejo teria sofrido com perdas na ordem de R$ 42,83 bilhões, nos 19 primeiros dias de junho. Com a flexibilização da quarentena, contudo, esse montante recuou para R$ 33,69 bilhões.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, lembra que, desde o início da pandemia, em meados de março, o setor já acumulou R$ 210,08 bilhões de prejuízo com a crise – valor equivalente à média mensal de faturamento do varejo antes do surto de covid-19. “A quarentena significou, para o comércio, uma inédita interrupção das operações na maior parte dos estabelecimentos comerciais do Brasil, além de reduzir, drasticamente, a circulação de consumidores nas lojas, por conta do isolamento social”, afirma Tadros, ressaltando que a adoção de estratégias de vendas menos dependentes do consumo presencial, como o e-commerce e os serviços de delivery, tem ajudado o setor a atenuar as perdas.
Ao final de março, no auge do distanciamento, o comércio chegou a registrar perda semanal de R$ 23,12 bilhões. Desde então, tanto os segmentos do chamado varejo essencial, como mercados e farmácias, quanto aqueles considerados não essenciais, como vestuário e calçados, apresentam tendência de redução nos registros semanais negativos. De acordo com o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes, o índice de isolamento social no Brasil tem recuado sucessivamente, após atingir 63% na segunda metade de março. “As restrições ao fluxo de consumidores seguem ditando o ritmo das perdas impostas ao varejo, ao longo da pandemia. Dados da consultoria Inloco mostram que o mês de junho se iniciou com uma média semanal inferior a 40%”, destaca Bentes.
Os menores índices de isolamento social decorreram não só da menor adesão espontânea por parte da população, mas também do início do processo de flexibilização da quarentena ao longo das últimas semanas. Embora alguns estados e municípios tenham iniciado os respectivos planos de flexibilização antes mesmo deste mês, dois dos principais focos de disseminação do novo coronavírus no Brasil, o Estado de São Paulo e a Cidade do Rio de Janeiro, implementaram medidas mais brandas em seus planos de flexibilização da quarentena a partir dos dias 1º e 2 de junho, respectivamente.
São Paulo (R$ 3,070 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 637 milhões), Minas Gerais (R$ 600 milhões) e Rio Grande do Sul (R$ 541 milhões) são as unidades da Federação que mais conseguiram reduzir as perdas em decorrência do processo de flexibilização até o momento. Juntas, as UFs respondem por mais da metade (53%) dos R$ 9,14 bilhões que o comércio brasileiro deixou de perder com o relaxamento.
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Fonte: CNC