Sabe-se que em meio às ações de contenção do avanço do Coronavírus (Covid-19) em todo o país, tem-se gerado consequências como crises sociais, econômicas e da saúde no mundo. Infelizmente, trata-se de um cenário menos otimista tanto para os empresários, quanto para a população em geral. Por isso, tornam-se fundamentais medidas de mitigação desses impactos. Apesar disso, existem muitas incertezas nesse cenário e fica evidente a necessidade de trabalho conjunto com as várias áreas – saúde, economia, social.
Tanto é que decisões voltadas à reabertura do comércio dependem das recomendações da saúde. E nesse sentido, vale ressaltar que existem diversas variáveis que interferem nesse cenário. Somente no mês de março, ocorreram inúmeras reviravoltas, até o dia 19, o comércio teve uma perda média da movimentação financeira de 50%, em alguns casos, como dos eventos, turismo, restaurantes e similares, as perdas foram ainda mais expressivas. Nesse período, as perdas somaram mais de R$100 milhões para o Estado de Mato Grosso do Sul, isto porque a intenção de consumo reduziu drasticamente, em função do medo/receio da população (IPF/MS).
Evidentemente, após o decreto dos diversos municípios do Estado acerca da suspensão dos atendimentos presenciais em lojas físicas do comércio, essas perdas ficaram ainda mais significativas, somente em Campo Grande, estima-se que se tenha deixado de movimentar mais de R$270 milhões na economia (IPF/MS). Apesar desses impactos, de acordo com as recomendações recentes da saúde, há necessidade de “quarentena”, pelo fato do coronavírus ser altamente contagioso e de não se ter chegado ao ápice dos contágios no Brasil e em Mato Grosso do Sul.
Por esses números, fica evidente que de qualquer maneira, caso haja a reabertura do comércio, continuaria a redução da intenção de consumo, pois não significa que as vendas voltariam ao normal, em função desse medo/receio de pelo menos 50% da população campo-grandense. Outro aspecto relevante é que a faixa de risco, que compreende os idosos, é a que menos está com medo e, de acordo com a pesquisa realizada pelo IPF, Sindivarejo Campo Grande e CDL, em sua maioria, continuaria indo às lojas físicas mesmo com o surto de coronavírus.
Pode-se dizer, que tanto, o Brasil, quanto o MS e Campo Grande não possuem estrutura socioeconômica e de saúde para correr riscos, diante da reabertura do comércio e caso haja a transmissão da doença em maior escala, em meio a aglomeração de pessoas. 29% da população de Campo Grande/MS, admitiu ter um medo/receio regular e, perante essa avaliação e comportamento das faixas de risco, poderia haver prolongamento das crises econômicas, sociais, da saúde e, das consequências para empresários e população. Isto é, que compreende o tempo para o controle da doença, acrescido do tempo para a recuperação das expectativas dos empresários e consumidores.
Caso a reabertura seja decretada, acredita-se que escalonamento e a utilização das estratégias de vendas a distância por parte dos empresários possam amenizar os riscos, mas não significa que não haverá riscos. Neste caso terá que haver também a liberação do transporte coletivo, além de um trabalho mais rigoroso de conscientização e sensibilização da população e daqueles que pertencem aos grupos de risco.
Também vale destacar que, foram liberadas algumas linhas de crédito, entretanto o segmento já está desgastado em matéria financeira, com dificuldades de obtenção de crédito, e mais que se obtidos marcam um futuro incerto para adimplências destes, que poderia ser mais danoso que a suspensão das operações comerciais. Com isso a Fecomércio/MS reforça que esse é um momento de empatia e de que o trabalho seja realizado conjuntamente com todas as áreas envolvidas, para que outras estratégias sejam desenvolvidas e amenizem os impactos do coronavírus.