Você está visualizando atualmente Fecomércio-MS integra grupo de discussão sobre turismo de fronteira

Fecomércio-MS integra grupo de discussão sobre turismo de fronteira

O Brasil tem mais de 15 mil km de áreas de fronteira com dez países vizinhos – Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela – que representam desafios políticos, estruturais e territoriais. Com a intenção de promover o turismo como fator de integração e desenvolvimento no espaço de fronteira, o Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) reuniu representantes das Federações do Comércio (Fecomércios) dos 11 estados brasileiros que possuem regiões de fronteira para a criação do Grupo de Trabalho (GT) Turismo de Fronteira.

 

A reunião de formação do GT teve a intenção de trocar experiências e identificar iniciativas que podem ser promovidas de forma conjunta. “Todas as ações serão estruturadas em cima de dois vetores: integração e turismo. Hoje contextualizamos os territórios e verificamos o que nos identifica e nos torna unos para o enfrentamento das dificuldades”, afirmou Walkiria Capusso, responsável pela curadoria do GT Turismo de Fronteira.

 

O secretário executivo do Cetur, Eraldo Alves da Cruz, fez um histórico da abordagem do tema pelo Conselho da Confederação. “A CNC, ciente do interesse das Federações, já realizou discussões e promoveu seminário sobre o tema, além da edição especial da revista Turismo em Pauta, sobre os desafios do turismo nas fronteiras”, lembrou. Segundo Eraldo, o GT vai possibilitar a formação de uma rede de trabalho com intercâmbio de boas práticas entre as Fecomércios, fomentar a cooperação e a formulação de estratégias de desenvolvimento do turismo de fronteira. Ele falou ainda das últimas ações do Cetur, como as publicações Turismo em Debate, sobre os temas: economia colaborativa, turismo esportivo e aviação, e da entrega do documento da cadeia produtiva do turismo –Turismo: +desenvolvimento +emprego +sustentabilidade, com propostas do setor aos presidenciáveis.

 

Resultados esperados

O GT realizou a primeira reunião no dia 15 de agosto, e já tem mais duas outra agendadas para os dias 23 de outubro e 28 de novembro, e um dos resultados esperados nessa primeira fase do GT, ainda em 2018, é gerar um indicativo e norteador de políticas públicas para o turismo de fronteira. “Se pudermos, nessa primeira etapa, ter um documento focado em políticas públicas para os estados e para as federações trabalharem, já estaremos dando um passo importante”, destacou Capusso. Para Nilde Brun, representante da Fecomércio do Mato Grosso do Sul, a criação do Grupo de Trabalho pode trazer maior impacto às ações já realizadas. “Para a Fecomércio-MS, essa união tem a possibilidade de minimizar custos e aumentar a efetividade”, afirmou.

 

O Cetur pretende ainda que o GT incentive ações como a realização de diagnóstico dos destinos, suas potencialidades e fragilidades. E, na reunião de criação do grupo, foi feito um breve raio x da situação de cada estado. Paulo Rogério Tadros, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Amazonas, representou a Fecomércio-AM na reunião e apontou a falta de continuidade de políticas públicas como um problema constante que afeta o empresariado do turismo e faz com que boas iniciativas se percam. “Temos uma enorme área de fronteira com três países, com acessos complicados, em regiões onde não existem cidades e não temos voos. Como se faz turismo sem acesso? Esse Grupo é uma grande oportunidade para unir esforços e conhecimentos, identificar os problemas para buscar soluções, porque sozinhos não vamos avançar”, defendeu Paulo Tadros.

 

Trabalho dirigido

Divididos em Arco Sul, que englobou os Estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina; Arco Norte, com os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima; e Arco Central, com Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – conforme distribuição efetuada pelo Grupo de Trabalho Interfederativo (GTI) sobre Integração Fronteiriça do Governo Federal –, os representantes das diferentes áreas apresentaram sugestões de ação.

 

Questões relacionadas à necessidade de incremento da malha aérea foram apontadas com destaque pelos estados do Arco Central e do Arco Norte. O desenvolvimento da malha terrestre no Arco Norte também se apresentou como uma necessidade e integração do Norte com o resto do País. O Arco Central apontou como prioritário o debate sobre a Lei nº 13.097/15, a Lei da Imigração, para implementação de melhorias diante das questões enfrentadas com o aumento da imigração nas fronteiras com a Venezuela. Para o Arco Sul, a política desenhada tem que ter maior participação dos empresários e ações que trabalhem o fluxo turístico em razão do regionalismo.

 

As questões levantadas buscam destravar a economia, integrar o turismo e dar um direcionamento à ocupação das fronteiras. “Temos que olhar potencialidade e fragilidades para avançar. Vemos estados com potencial que focam só nas dificuldades e precisamos virar esse jogo”, concluiu a curadora do GT, Walkiria Capusso.

 

Além das federações já citadas, estiveram presentes: Augusto Jorge Joy Colares, da Fecomércio-PA; Sebastião Giraldelli, representando a Fecomércio-MT; Egídio Garo, representante da Fecomércio-AC; Gilmar Marra, da Fecomércio-AP; Cileide de Macedo Pereira, da Fecomércio-RO; João Eduardo Moritz, da Fecomércio-SC; Manuel Suárez, da Fecomércio-RS; Maria Yolanda Hebster Neta, da Fecomércio-RR; e Rodrigo Sepulcri Rosalem, da Fecomércio-PR.

 

CNC

Deixe um comentário