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Estoques estão inadequados em 49% dos estabelecimentos varejistas

O indicador de estoques, logo após o Natal, voltou a cair, mostrando que os empresários não conseguiram reduzir seus excessos de produtos com as vendas de final de ano. Em janeiro, o Índice de Estoques (IE) alcançou 102 pontos, queda de 3,8% na comparação com dezembro. A retração do indicador no mês foi motivada pelo aumento de 5,4% no número de empresários que afirmam estar com estoques acima do adequado e pelo crescimento de 1,2% dos estabelecimentos que contêm produtos abaixo do ideal. Com isso, quase 35% dos empresários estão vendo seus estoques acima e 14% abaixo do que consideram o nível ideal. Esse patamar de adequação continua muito abaixo do histórico de antes de 2015, quando o indicador rondava os 60%.

Os dados são do Índice de Estoques (IE) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que capta a percepção dos comerciantes sobre o volume de mercadorias estocadas nas lojas, e varia de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). A marca dos cem pontos é o limite entre inadequação e adequação.

Em relação a janeiro de 2016, quando o IE registrava 90,8 pontos, o indicador se mantém melhor em 2017, com alta de 12,4%. No primeiro mês do ano passado, 37,6% dos empresários do varejo afirmaram que seus estoques estavam acima do adequado (-7,1% na comparação com janeiro deste ano) e 16,9% apontaram que tinham estoques abaixo do ideal (-18,2%).

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, os indicadores, compostos pela confiança de empresários, consumidores, índice de estoques, propensão a investir e a contratar, ainda indicam que o País está pavimentando o caminho para a recuperação em 2017, porém, todos esses números acabaram por decepcionar, de certa forma, no início do ano.

A Entidade pondera que essa decepção é efeito do exagero de otimismo do final de ano, mais do que efetivamente um processo de interrupção definitiva da recuperação. Existe também um aspecto novo no País que se acentua com a crise: os consumidores passam a esperar as datas de promoções, comprando só o indispensável no Natal (por exemplo) e aguardando melhores oportunidades para fazer suas compras.

De acordo com a Federação, esse comportamento tem mudado a sazonalidade das vendas do varejo brasileiro, com o mês de dezembro perdendo um pouco da sua importância (ainda que se mantendo o mês mais relevante para o comércio) e o mês de janeiro ganhando um patamar de consumo que não ocorria no passado. Se isso se confirmar, em janeiro, a FecomercioSP acredita que pode ocorrer o inverso: estoques caírem e confiança voltar a subir.

De qualquer maneira, a Federação não acredita que o ajuste de estoques, como o de produção e do emprego no País seja rápido ou mesmo homogêneo. Não sendo possível, por exemplo, um ajuste de estoques baseado nas vendas de Natal ou de promoções de janeiro para segmentos como o de concessionárias ou de móveis e decorações, mas para vestuário, calçados, e até alguns eletroeletrônicos mais simples e baratos, as promoções de início de ano podem surtir um bom efeito.

 

 

Agência In

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