Em julho de 2020, o volume de vendas do comércio varejista nacional cresceu 5,2% frente a junho, na série com ajuste sazonal, após altas de 8,5% em junho de 2020 e 13,3% em maio. A média móvel trimestral cresceu 8,7% no trimestre encerrado em julho. Na série sem ajuste sazonal, em relação a julho de 2019, o comércio varejista cresceu 5,5%. Já o acumulado nos últimos 12 meses foi 0,2%
No comércio varejista ampliado, que inclui Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, o volume de vendas cresceu 7,2% em relação a junho, enquanto a média móvel do trimestre foi 11,2%. Em relação a julho de 2019, o varejo ampliado cresceu 1,6%, interrompendo a sequência de quatro meses em queda. O acumulado nos últimos 12 meses foi de -1,9%.
Pelo terceiro mês consecutivo, os resultados mostraram menor impacto no comércio do isolamento social devido à pandemia de Covid-19. Do total de empresas, 8,1% relataram impacto em suas receitas em julho por conta das medidas de isolamento social, 4,1 pontos percentuais (p.p.) abaixo do número de junho e 20,0 p.p. abaixo do maior impacto registrado na pandemia (28,1%, em abril). Cerca de 26,4% dos relatos de justificativa da variação de receita das empresas da amostra citam o coronavírus como causa.
Frente a julho de 2019, a variação no volume de vendas das empresas que relataram impacto do Covid-19 em suas atividades foi de 0,3%, contra 6,4% das que não reportaram qualquer impacto da quarentena. A influência das receitas das empresas que relataram algum impacto devido ao Covid-19 sobre a taxa sem ajuste sazonal do varejo (5,5%), foi nula (0,0 p.p.) enquanto a das que não relataram qualquer impacto foi de 5,4 p.p.
Considerando o impacto do Covid-19 no comércio varejista ampliado, para este mesmo indicador, a variação das empresas impactadas foi de -6,5%, enquanto nas que não relataram impacto houve crescimento de 2,8%. A influência do subgrupo de empresas impactadas foi de 2,4 p.p., enquanto o subgrupo das demais representou -0,8 p.p. da variação total de 1,6% em julho de 2020 contra julho de 2019.
O volume de vendas do comércio varejista ampliado, frente a julho de 2019, mostrou avanço de 1,6%, interrompendo sequência de quatro meses em queda. Assim, o varejo ampliado recuou 6,2% no indicador acumulado do ano, contra -7,6% registrado até junho de 2020. Ainda assim, o indicador acumulado nos últimos doze meses, ao passar de -1,4% até junho para -1,9% até julho, apontou aceleração no ritmo de queda.
Sete das oito atividades pesquisadas tiveram alta
Na série com ajuste sazonal, na passagem de junho para julho de 2020, no comércio varejista, houve alta em sete das oito atividades: Livros, jornais, revistas e papelaria (26,1%), Tecidos, vestuário e calçados (25,2%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (11,4%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (7,1%), Combustíveis e lubrificantes (6,2%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (5,0%) e Móveis e eletrodomésticos (4,5%). A única atividade que não teve crescimento no volume de vendas na passagem de junho para julho de 2020 foi Hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,0%).
O comércio varejista ampliado, em julho, cresceu 7,2% frente a junho de 2020, na série com ajuste sazonal, após as altas de maio (16,5%) e junho (11,1%). O setor de Veículos, motos, partes e peças cresceu 13,2%, enquanto Material de construção avançou 6,7%, ambos, respectivamente, após variações de 27,9% e 14,5% registradas no mês anterior.
Em julho de 2020, em relação a julho de 2019, o comércio varejista cresceu 5,5%. Quatro atividades tiveram crescimento e quatro registraram variação negativa. No entanto, apesar do equilíbrio no número de atividades, os setores de Hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo e Móveis e eletrodomésticos, juntos, foram responsáveis por 7,2 p.p. de contribuição absoluta, na taxa de 5,5%.
Entre as atividades em alta, destacaram-se: Móveis e eletrodomésticos (26,4%), seguido por Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (13,4%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (9,9%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (9,0%).
Já as quedas foram em Tecidos, vestuário e calçados (-31,4%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-25,1%), Combustíveis e lubrificantes (-10,8%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,5%).
Com o aumento de 1,6% frente a julho de 2019, o varejo ampliado registrou queda para o setor de Veículos e motos, partes e peças (-16,2%) e alta para Material de construção (22,7%).
Principais atividades
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com alta de 9,9% frente a julho de 2019, registrou a sexta taxa positiva consecutiva e a maior desde março de 2020 nessa comparação. O segmento foi o que mais contribuiu positivamente na taxa global do varejo, com 4,7 p.p. do total de 5,5% do indicador interanual. O resultado do acumulado no ano, até julho (6,0%), comparado ao mês anterior (5,4%), mostrou ganho de ritmo. Com isso, a análise pelo indicador acumulado nos últimos doze meses, ao registrar 3,8% em julho, mostra acentuação na trajetória de crescimento, iniciada em fevereiro de 2020 (0,2%).
Móveis e eletrodomésticos, com 26,4% no volume de vendas em relação a julho de 2019, registrou o segundo mês de crescimento após três meses no campo negativo, na comparação interanual. O setor exerceu o segundo maior impacto positivo na formação da taxa total do comércio varejista de julho de 2020 (2,5 p.p). No acumulado do ano, ao passar de -1,4% até junho para 2,7% até julho, o setor interrompe três resultados negativos seguidos e mostra aumento no ritmo de vendas. Tal crescimento no ritmo também é observado no indicador acumulado nos últimos doze meses, que passa de 3,5% até junho para 5,1% em julho, décimo mês consecutivo de variações positivas.
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria apresentou aumento de 13,4% nas vendas frente a julho de 2019, registrando a terceira variação positiva consecutiva, na comparação com igual mês do ano anterior. Com isso, em termos de resultado acumulado no ano, ao passar de 5,3% até junho para 6,5% no mês de referência, o setor também mostra ganho de ritmo. O mesmo se dá no indicador dos últimos doze meses, que passa de 6,4% até junho para 6,8% em julho.
Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos etc., com o resultado de 9,0% no volume de vendas em relação a julho de 2019, mostrou ganho de ritmo em relação ao resultado de junho (4,0%), exercendo a quarta maior contribuição positiva ao resultado geral do varejo (1,1 p.p.). O resultado do acumulado no ano, até julho (-7,7%), comparado ao mês anterior (-10,6%), ainda que no campo negativo, mostra trajetória ascendente desde maio (-13,6%). O indicador acumulado nos últimos doze meses registrou -0,8%, próximo à estabilidade, quando comparado com junho (-0,9%).
Tecidos, vestuário e calçados com queda de 31,4% em relação a julho de 2019, registra a quarta taxa negativa na comparação com igual mês do ano anterior. Além disso, a atividade responde pelo maior impacto negativo na formação da taxa global do varejo, sendo responsável por -2,8 p.p. do total do indicador. Apesar disso, o indicador acumulado no ano até o mês de referência, ao passar de -38,7% em junho para -37,6% em julho, apresentou redução no ritmo de queda. Nos últimos doze meses, o setor registra -19,7% em julho, mais intenso no campo negativo que no indicador com referência até junho de 2020 (-16,7%), atingindo o menor ponto da série histórica, iniciada em 2001.
Combustíveis e lubrificantes, com -10,8% no volume de vendas em relação a julho de 2019, exerceu a segunda maior contribuição negativa para o resultado total do varejo. O setor é um dos que mais tem sentido influência da atual pandemia de Covid-19, uma vez que a circulação reduzida de pessoas e veículos teve reflexo nas vendas de combustíveis. No acumulado do ano, o setor registrou -12,1% até julho, próximo ao valor apresentado até junho (-12,3%). No entanto, o indicador anualizado, acumulado nos últimos doze meses, mostra intensificação da perda de ritmo (-7,0%) em relação ao mês anterior (-5,7%).
Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação apresentou queda de 5,5% em relação a julho de 2019, a menos intensa, no campo negativo, desde janeiro de 2020. Tal resultado refletiu-se também no acumulado no ano até o mês de referência, que passou de -22,9% até junho para -20,5% até julho. O indicador acumulado nos últimos doze meses (-10,9%) reduz ritmo de queda nas vendas em relação ao resultado de junho (-10,5%).
Livros, jornais, revistas e papelaria teve queda 25,1% frente a julho de 2019, menor variação, no campo negativo, desde o início da pandemia de Covid-19, chegando a registrar -70,3% em abril de 2020 comparado ao mesmo mês do ano anterior. O indicador acumulado no ano, -28,3% até julho, demonstra estabilidade com relação ao mês anterior (-28,8% até junho). O indicador anualizado, acumulado nos últimos doze meses, ao passar de -20,4% para -20,9%, permanece no campo negativo desde fevereiro de 2014 (-0,2%).
Veículos, motos, partes e peças, ao registrar -16,2% em relação a julho de 2019, assinalou o quinto recuo consecutivo, exercendo, assim, a maior contribuição negativa no resultado do mês para o varejo ampliado. No entanto, a análise pelo indicador acumulado no ano até julho, -21,7%, mostra ligeiro ganho de ritmo comparado ao mês de junho -22,7%. Nos últimos doze meses, porém, houve intensificação na trajetória descendente ao registrar -9,6% até julho em relação ao acumulado até junho (-6,8%).
Material de Construção, com 22,7% em relação a julho de 2019, contabiliza a segunda taxa positiva consecutiva, nessa comparação (22,6% em junho de 2020 contra junho de 2019). O indicador acumulado no ano até julho mostra 1,9%, invertendo o sinal quando da comparação com o mês de junho (-2,0%). Com isso, o indicador acumulado nos últimos doze meses ganha ritmo ao passar de 1,4% em junho para 2,8% em julho.
Vendas do comércio crescem em 21 das 27 Unidades da Federação
De junho para julho, na série com ajuste sazonal, a taxa média nacional de vendas do comércio varejista mostrou aumento de 5,2%, com predomínio de resultados positivos em 21 das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Amapá (34,0%), Paraíba (19,6%) e Pernambuco (18,9%). Por outro lado, pressionando negativamente, figuram seis das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Tocantins (-5,6%), seguido por Paraná e Mato Grosso (ambos com -1,6%).
O comércio varejista ampliado, entre junho e julho, cresceu 7,2%, com predomínio de resultados positivos em 25 das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Amapá (35,0%), Paraíba (21,0%) e Pernambuco (15,8%). Por outro lado, com variações negativas, figuram duas das 27 Unidades da Federação: Mato Grosso do Sul (-0,7%) e Piauí (-0,1%).
Fonte: IBGE
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