O varejo ampliado (que engloba todos os setores do varejo mais os segmentos automotivo e de materiais de construção) teve um crescimento de 5,0% no ano passado, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (13), pelo IBGE. O valor é o segundo aumento anual seguido, após o avanço de 4,0% registrado em 2017, e consolida a retomada da economia, mesmo que de forma lenta.
“Por trás dos resultados positivos de 2018 há, claramente, a contribuição positiva da ainda baixa taxa de inflação (+3,75%)”, afirmou o chefe da Divisão Econômica da CNC, Fabio Bentes. “No comércio varejista, os preços dos bens de consumo duráveis (+1,67%), semiduráveis (+0,89%) e não duráveis (+3,32%) apresentaram variações abaixo do IPCA”, completou Bentes.
Apesar dos resultados positivos, o varejo ainda não se recuperou totalmente dos estragos causados pela crise econômica que persistiu até 2016. No varejo ampliado, a crise durou 48 meses e gerou uma perda acumulada de volume de vendas de 22,1% entre agosto de 2012 (recorde de vendas anterior à crise) e agosto de 2016 (mês de menor volume de vendas). Em valores monetários, essa retração foi de R$ 29,5 bilhões, em preços de dezembro de 2018. Desde então o setor recuperou R$ 13,1 bilhão, ou seja, 45% do estrago acumulado ao longo da última recessão.
Mesmo assim, o cenário permanece otimista para este ano. “A evolução real das vendas confirmou a continuidade do processo de recuperação do varejo no ano passado, tendência também confirmada pela recuperação do emprego formal no setor no ano passado (+71,5 mil vagas) e pela retomada na abertura líquida de lojas (8,1 mil em 2018) após quatro anos”, disse o economista da Confederação.
Para 2019, a CNC prevê crescimento de 5,6% nas vendas do varejo ampliado e de 3,0% para o varejo restrito. “O maior ritmo de atividade econômica e o papel desempenhado pelo consumo das famílias no PIB deverão permitir que as vendas no varejo mantenham tendência de alta”, concluiu Fabio Bentes.
Fonte: CNC