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Combustível mais caro afeta toda a população e ajuda crise, diz economista

Da dona de casa ao empresário, toda a população deve ser afetada direta ou indiretamente pelo aumento no preço dos combustíveis, segundo alerta de especialistas que preveem uma reação em cadeia na economia que deve favorecer a recessão. A medida foi anunciada na quinta-feira (20) pelo presidente Michel Temer (PMDB) como forma de aumentar as receitas do governo.

Cláudio Cavol, presidente do Setlog (Sindicato das Empresas do Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul), afirma que é por meio do setor que o impacto atingirá até mesmo quem sequer tem carro para abastecer.

A lógica, segundo ele, é bastante simples. As transportadoras terão incremento em seus custos operacionais e, para não ficarem no prejuízo, aumentarão as tabelas de preços.

Uma indústria, por exemplo, que contrata o serviço para fazer seu produto chegar ao supermercado terá que pagar mais caro pelo transporte e consequentemente aumentará também seus preços. O estabelecimento comercial, por sua vez, repassará esses custos extras aos consumidores finais.

“Essa decisão vai pesar justamente nas pessoas que têm menor poder aquisitivo quando o arroz, feijão, a batata, etc subirem nos mercados porque eles dependem do transporte”, afirma Cavol.

Outro setor que deve ser afetado pela mudança é o transporte coletivo, lembra o presidente do Setlog. “O usuário de ônibus vai ter despesa maior porque fatalmente esse aumento vai fazer as empresas reinvidicarem de suas prefeituras o aumento maior no preço da passagem”, pontua.

“Pneu, graxa, óleo lubrificante. Tudo o que deriva do petróleo no Brasil vai ter aumento. É impossível dizer que não teremos aumento de preço generalizado. Isso foi grande e avassalador porque estamos em um momento praticamente com inflação zero”, completa Cavol.

Aumento no preço dos transportes provocará reação em cadeia que pode terminar com inflação mais alta (Foto: Marcos Ermínio)

Desastrosa – O presidente do Corecon (Conselho Regional de Economia), Thales Souza Campos, classifica como “esdrúxula” a medida.

“Vai afetar todos os segmentos, porque todos nós dependemos de logística, entre parênteses, transporte. Tudo o que você compra, faz ou trabalha depende do ir e vir e isso depende de combustível: diesel, álcool ou gasolina”, afirma.

Para Thales, a decisão de Temer foi completamente equivocada do ponto de vista econômico, pois o país ainda não saiu da recessão e com o aumento de preços favorecido principalmente pelo setor de transporte, as pessoas devem comprar menos.

“Ninguém pode gastar mais do que recebe. Nem governo, nem empresa e nem família. Por conta disso, não adianta querer ter receita maior, independentemente de onde ela venha, se vai criar algum problema. Se no governo tem que equalizar a despesa, na família idem. Você não tem que gastar o que recebe”, questiona o economista.

Para ele, o aumento nos impostos revela falhas na gestão. “O Brasil está em um processo de desgoverno, contrário ao desenvolvimento, contrário ao crescimento. As medidas que estão sendo tomadas, não são medidas para retomar o crescimento, são medidas para manter o poder e bancar os custos desse poder”, conclui.

 

Campo Grande News

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