A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aumentou de 6,2% para 6,4% a expectativa de crescimento do volume de receitas dos serviços em 2021. A estimativa tem como base os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de agosto, divulgada nesta quinta-feira (14/10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Confirmada a previsão, seria a maior taxa anual de crescimento do setor desde o início da pesquisa (2011), mas ainda insuficiente para compensar as perdas do ano passado.
De acordo com o estudo, o volume de receitas do setor cresceu 0,5% em agosto de 2021, em comparação com o mês anterior (descontados os efeitos sazonais), o que veio próximo à expectativa da CNC, que projetava variação de 0,7%. Já na comparação com agosto do ano passado, o aumento foi de 16,7%, representando o sexto mês consecutivo de expansão.
Quatro dos cinco grupos de atividades revelaram avanços mensais, destacando-se os serviços prestados às famílias (+4,1%) e os de informação e comunicação (+1,2%). No primeiro caso, a queda do isolamento social tem justificado a maior demanda por atividades de alojamento e alimentação, que avançaram 55% desde o fim da segunda onda da pandemia, em abril deste ano.
Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a expectativa para os próximos meses segue favorável, com o avanço na vacinação e o consequente aumento da circulação da população. No entanto, observa que a inflação e os juros já preocupam. “Esses problemas tendem a frear o ritmo de expansão do nível de atividade dos serviços, assim como já ocorre no comércio varejista”, afirma Tadros.
Turismo: No caminho da reação
Por outro lado, ainda buscando recuperação, o setor de turismo apresentou volume de receitas 20,8% abaixo do registrado em fevereiro do ano passado. Ainda assim, contou com a menor perda mensal desde o início da pandemia (15,3%) e vem reagindo positivamente desde abril deste ano, o que levou a CNC a projetar avanço de 19,8% no volume de receitas do setor, em 2021. A Confederação também antecipou a previsão de recuperação plena do setor, do quarto para o segundo trimestre de 2022.
A reação também tem sido observada no mercado de trabalho formal. Nos doze meses encerrados em agosto, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) registrou um saldo positivo de mais de 3,2 milhões de vagas no segmento, o que representa um avanço de 8,3% do estoque de postos de trabalho.
O economista da entidade, responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, reforça o avanço na imunização como fundamental também para a reação do turismo. “Com a vacinação da população e a flexibilização das medidas restritivas, acreditamos que o setor poderá se recuperar antes da metade do próximo ano”, avalia Bentes.