A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aumentou de 4,6% para 5,1% a expectativa de crescimento do volume de receitas dos serviços em 2021. A estimativa tem como base os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de maio, divulgada nesta terça-feira (13/07) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Confirmada a previsão, seria a maior taxa de crescimento do setor desde o início da pesquisa, em 2011.
A PMS mostra que o volume de receitas do setor de serviços teve crescimento mensal de 1,2%, já descontados os efeitos sazonais – a maior taxa mensal para maio na série histórica. Com este avanço, o setor atingiu o mesmo volume de receitas verificado em fevereiro de 2020. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve variação positiva de 23%, taxa influenciada pela baixa base comparativa de um dos momentos mais agudos da pandemia do novo coronavírus.
Três dos cinco grupos de atividade apresentaram variações mensais positivas, com destaque para os serviços prestados às famílias (+17,9%) e transporte, armazenagem e correio (+3,7%). No caso dos serviços prestados às famílias, o avanço de maio foi o segundo maior de toda a série histórica da pesquisa do IBGE, ficando atrás somente de agosto de 2020 (+32,8%), período que coincidiu com a flexibilização das medidas restritivas adotadas após a primeira onda da covid-19.
“Os dados dos serviços confirmam a importância do avanço da vacinação para a recuperação da economia. Novamente, a flexibilização do isolamento social, associada à desaceleração no número de casos de contaminação e mortes pelo novo coronavírus, fomentou a demanda por serviços por parte da população, sobretudo de alojamento e alimentação. Mesmo assim, a receita do turismo em geral ainda é muito inferior ao período anterior à crise sanitária”, destaca o presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), José Roberto Tadros.
Com a alta de maio, os serviços superaram em 0,2% o volume de receitas verificado antes do início da pandemia, decretada em março de 2020. Assim, o setor se junta ao comércio varejista (+3,9%) e à indústria (0%) ao não registrar perdas de atividade em relação ao nível de fevereiro do ano passado.
Perdas do setor de turismo diminuem
“Com volume de receitas 34,7% abaixo de fevereiro do ano passado, o turismo ainda deverá demorar a registrar ganhos nessa base comparativa. Apesar disso, as perdas do setor caíram pelo segundo mês consecutivo e tendem a se reduzir, na medida em que o processo de vacinação e as barreiras à circulação de turistas são relaxadas”, observa o economista da CNC responsável pela análise, Fabio Bentes.
Em maio, o setor de turismo perdeu R$ 21,4 bilhões, acumulando, desde o início da crise sanitária, um total de R$ 376,6 bilhões, segundo cálculos da CNC. Os Estados de São Paulo (R$ 152,1 bilhões) e do Rio de Janeiro (R$ 45,9 bilhões), principais focos da covid-19 no Brasil, concentram mais da metade (52,6%) do prejuízo nacional.
O impacto significativamente negativo sobre as atividades turísticas se faz sentir também no mercado formal de trabalho. Nos doze meses encerrados em maio, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) registra um saldo positivo de mais de 2,5 milhões de vagas – um avanço equivalente a 6,8% do estoque de postos de trabalho. O turismo segue como o único conjunto de atividades a registrar retração (-1,9% ou saldo negativo de 64.823 ocupações).
“Para os próximos meses, a tendência é que os serviços (inclusive o turismo) ganhem dinamismo, na medida em que os efeitos positivos da vacinação da população sobre a atividade econômica devem ficar mais evidentes. A CNC projeta avanço de 17,8% no volume de receitas do turismo em 2021, o que seria a maior taxa de crescimento do setor em 11 anos”, conclui Fabio Bentes.
Confira a análise completa da Divisão Econômica da CNC
Fonte: CNC