O presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), José Roberto Tadros, entregou ao ministro do Turismo, Celso Sabino, um estudo que projeta crescimento de 8,6% no turismo em 2023. A reunião ocorreu na sede da CNC no Rio de Janeiro na sexta-feira (11).
A expectativa de aumento para o ano era de 8,1%, mas foi revisada para cima em razão da provável aceleração do nível global de atividade. O setor terciário, do qual o segmento de turismo faz parte, tem sido o principal responsável pelo avanço econômico desde o pós-pandemia, com volume de receitas 12,1% acima do registrado em fevereiro de 2020, enquanto o comércio registra alta de 3% e a indústria ainda está 1,4% abaixo daquele período.
“O crescimento gradual do setor de serviços, apesar das oscilações mensais, demonstra sua capacidade resiliente de adaptação às circunstâncias econômicas”, afirma o presidente José Roberto Tadros. “Isso reflete a importância contínua do setor como um pilar da economia”, completa, reforçando que as projeções otimistas da Confederação para 2023 sinalizam um potencial de recuperação e renovação desses setores-chave, contribuindo positivamente para o panorama econômico do País.
Alta de 10% nas passagens reduz avanço no turismo
Após duas altas mensais consecutivas, o volume de receitas caiu 0,4% em junho, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, no acumulado do primeiro semestre, as atividades características do segmento registraram aumento de 8,6%. Conforme o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes, o turismo não apenas retomou como ampliou em 4,9% o volume de receitas em relação ao início da pandemia de covid-19.
“O crescimento poderia ser maior se houvesse menos frequência nos reajustes das passagens aéreas”, avalia Bentes. Segundo ele, a alta de 10,96% no preço médio das passagens aéreas em junho foi o item que mais pressionou para baixo o nível de atividade do segmento. Ainda assim, de forma heterogênea no plano regional, a demanda por transporte aéreo se aproxima dos níveis de 2019. Considerando-se os 20 maiores aeroportos do Brasil, responsáveis por 87% do fluxo de passageiros do País, em junho deste ano, o tráfego de usuários se encontrava 8% abaixo do contingente observado no mesmo mês de 2019.
As maiores altas de movimentação foram registradas nos Aeroportos Santos Dumont, no Rio de Janeiro (crescimento de 33% em relação a 2019), Hercílio Luz, em Florianópolis (SC), e Viracopos, em Campinas (SP) (avanço de 15% em ambos). Por outro lado, no aeroporto do Galeão (também no Rio de Janeiro), atualmente apenas o décimo aeródromo do País, o movimento corresponde à, praticamente, metade do registrado em junho de 2019. A expectativa da CNC é que, com a medida do governo federal de restringir os voos no Santos Dumont para voos de até 400 km, o fluxo do Galeão volte, gradualmente, a esse patamar.
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Fonte: CNC