Mesmo envolvido em polêmicas sobre sua legalidade e regulamentação, a chegada da Uber a Campo Grande, em setembro deste ano, ofereceu alternativa de transporte privado e oportunizou a abertura de uma nova possibilidade de renda. De quebra, aqueceu o mercado de veículos seminovos na Capital, procurado pelos motoristas interessados a ingressar no modelo de negócio do aplicativo. Entre os automóveis com quatro a oito anos de uso, o volume de financiamentos cresceu 11,4%.
Segundo levantamento da Cetip, que opera o maior banco de dados privado de informações sobre financiamentos de veículos do país, o Sistema Nacional de Gravames (SNG), foram financiados 1.557 carros leves, de quatro a oito anos de rodagem, em setembro e outubro deste ano, em Campo Grande. O montante corresponde a 160 negociações a mais que o total registrado nos mesmos meses do ano passado, quando foram comercializados 1.397 automóveis.
Se incluídas as vendas de seminovos leves mais novos, de zero até oito anos de uso, o crescimento é de 4,6%. Conforme dados da Unidade de Financiamentos da Cetip, 2.311 destes automóveis foram negociados em setembro e outubro do ano corrente, contra 2.209 no mesmo período de 2015, ou seja, 102 unidades a mais de um ano para o outro.
Para se candidatar a ser parceiro da Uber, o interessado precisa ter ou alugar um carro fabricado depois de 2008, com quatro portas, documentação em dia e com ar-condicionado. O faturamento bruto pode chegar a R$ 5 mil para quem atuar, em média, oito horas por dia. Porém, o motorista trabalha quando quiser.
Proprietário de uma garagem de veículos seminovos na Avenida Calógeras, Mauro Fabris conta que a procura por automóveis dentro do perfil exigido pelo aplicativo de transporte privado fez o movimento aumentar. “Minhas vendas cresceram 20% desde setembro. A pessoa interessada em entrar para a Uber já chega com esse tipo de exigência, pedindo um veículo de até oito anos, com ar-condicionado”.
O empresário comemorou a nova demanda. “Para nós que estamos no ramo é muito bom. Eu tenho garagem há 16 anos aqui. Algumas semanas atrás eu não tinha um automóvel do jeito que a Uber exige para oferecer, de tanto que as vendas aumentaram”, continua.
Correio do Estado