O período eleitoral impõe enormes desafios e oportunidades ao setor de turismo e a toda a sua cadeia de negócios, que ainda tentam se recuperar dos prejuízos dos últimos anos de pandemia. Um esforço conjunto do setor que quer garantir que o cenário seja diferente no futuro.
O Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) reuniu empresários e representantes da cadeia produtiva do turismo, na sede da Fecomércio-SP, em 31 de março, para debater os próximos passos do projeto Vai Turismo – Rumo ao Futuro. O movimento nacional de iniciativa da CNC busca traçar os caminhos para o desenvolvimento pós-pandemia, além de recomendar ao poder público pautas que estimulem o desenvolvimento sustentável de destinos turísticos brasileiros. Além das 30 entidades que integram o Cetur/CNC, a ação tem apoio das Federações do Comércio nos Estados, do Sesc e do Senac.
Ao longo de vários meses, o Vai Turismo tem captado insights diretamente da cadeia produtiva do turismo, em todo o Brasil, de forma a considerar as características regionais. Estas pautas deram embasamento a uma agenda com mais de 40 diretrizes, estratégias e políticas públicas comuns em cada estado. De forma geral, elas abarcam pilares como mudanças da legislação, políticas de qualificação, tecnologia e inteligência de negócios, incentivo com microcrédito, entre outras.
A reunião faz parte da terceira fase do projeto para consolidar, com lideranças das entidades empresariais do turismo, as demandas prioritárias a serem apresentadas aos candidatos presidenciáveis nas eleições de 2022, conforme destacou Alexandre Sampaio, diretor da CNC responsável pelo Cetur. “Esse trabalho traz um marco diferenciado do que fizemos na última eleição à Presidência em 2018. Dessa vez, produzimos esse documento ouvindo as bases que militam nas atividades do setor, o que traz uma distinção. Houve a preocupação com a convergência de propostas representativas de diversos setores do turismo para propormos políticas objetivas e viáveis que possam ser aplicadas e gerar resultados”, afirmou Sampaio.
O consultor do projeto Vai Turismo, CEO da GKS Inteligência Territorial, Cássio Garkauns, lembrou que é importante o olhar das associações empresariais do Cetur sobre como transformar as propostas em prática. “O grande desafio é transformar as recomendações em compromisso dos candidatos e depois avançar dos compromissos para ações”, destacou.
Desenvolvimento, promoção do turismo e qualificação
As recomendações das lideranças presentes embasam a necessidade de tornar o setor mais sustentável no médio e longo prazos; desburocratizar a sua capacidade de expansão; melhorar a infraestrutura básica, bem como a de telecomunicações; melhorar as condições de capacitação e profissionalização das populações locais; promover o turismo interno; estimular a demanda; garantir mais acessibilidade a serviços e destinos; entre outros pontos.
As entidades também defenderam que o setor tenha um protagonismo maior em deliberações que afetem a cadeia produtiva, principalmente em relação ao tripé: desenvolvimento de produtos e serviços, qualificação de profissionais e promoção da demanda.
Orçamento compatível com as necessidades do setor
Uma das propostas debatidas na reunião foi a importância de que as pessoas escolhidas para os cargos de comando do turismo estejam mais alinhadas às necessidades do mercado, bem como estejam cercadas por nomes “técnicos”, e que o Ministério do Turismo consiga um orçamento compatível para desenvolver a atividade em termos de investimentos em atratividade, serviços e infraestrutura.
Para tanto, as propostas buscam evidenciar a transversalidade do turismo, esclarecendo que um maior aporte não se trata de um gasto específico, mas um investimento na capacidade de impactar toda a rede relacionada.
Melhor ambiente de negócios para realizações internacionais
Na ocasião, também se falou da necessidade de uma melhor política para vistos voltados a eventos internacionais realizados no País, assim como melhor prospecção de eventos estrangeiros de grande porte, como o festival Lollapalooza (em São Paulo), que conseguem movimentar centenas de milhões de reais ao longo de toda a organização.
O projeto Vai Turismo – Rumo ao Futuros já conta com 136 organizações signatárias, promoveu mais de 100 encontros técnicos nos Estados e está realizando a última rodada de oficinas. O Vai Turismo elaborou um benchmarking com cases nacionais e internacionais, uma pesquisa de percepção e 27 diagnósticos das unidades federativas com base na metodologia de Destinos Turísticos Inteligentes. Além das propostas a serem apresentadas aos presidenciáveis, o programa também vai prosseguir com a mobilização para formação dos planos de governo a serem implementados entre 2023 e 2026. Saiba mais sobre a iniciativa.
Fonte: Fecomércio-SP