O Banco do Brasil (BB) vai emprestar até R$ 3,7 bilhões para os pequenos negócios brasileiros por meio do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Os empréstimos começam nesta quarta-feira (01/07).
O Pronampe foi criado pelo governo para tentar destravar o acesso ao crédito das micro e pequenas empresas, que têm relatado dificuldades para se financiar no segmento bancário durante a pandemia do novo coronavírus. O programa já vinha sendo operado pela Caixa Econômica Federal (CEF), que disponibilizou inicialmente R$ 3 bilhões para as micro e pequenas empresas, e agora também está disponível no Banco do Brasil.
O lançamento do Pronampe pelo BB foi anunciado pelo presidente do banco, Rubens Novaes, em live realizada nesta quarta-feira. “Hoje é o início das contratações do Pronampe no Banco do Brasil, com a liberação de recursos para as 1,5 mil primeiras operações. E esperamos um crescimento rápido nas operações. Nosso planejamento é chegar a R$ 3,7 bilhões de desembolso e atender até 180 mil micro e pequenas empresas”, anunciou.
Segundo Novaes, os gerentes do Banco do Brasil já estão conversando com os pequenos negócios que são clientes do banco para oferecer o financiamento do Pronampe. Cerca de 200 mil empresas já foram contactadas e 45 mil empréstimos já foram aprovados. Esses recursos devem ser liberados nos próximos dias. Mas os outros micro e pequenos empresários também já podem procurar o BB, inicialmente em qualquer agência do banco e em breve também pelos canais digitais, como o aplicativo do banco.
Vice-presidente de negócios e varejo do BB, Carlos Motta disse que os empresários só precisam levar seus documentos e a carta do Pronampe que foi enviada pela Receita Federal para atualizar seus cadastros bancários e dar entrada no pedido de crédito. “Outro ponto importante é a manutenção dos empregos. Na contratação, a empresa precisa ter a mesma quantidade de funcionários que tinha na promulgação da Lei 13.999, de 18 de maio”, alertou.
Motta lembrou ainda que, de acordo com a lei que instituiu o Pronampe, essa linha de crédito atende as microempresas e as empresas de pequeno porte que faturam até R$ 4,8 milhões por ano. O limite de financiamento é de até 30% da receita bruta do ano passado, conforme está sendo informado pela Receita Federal por meio de carta eletrônica enviada aos empreendedores.
As condições de financiamento são mais atrativas que as das demais linhas de crédito disponíveis no sistema bancário, pois o Pronampe conta com até R$ 15,9 bilhões de garantias do governo federal:. Os juros equivalem à taxa básica de juros (Selic), que está em 2,25% ao ano, mais 1,25%. Ou seja, a 3,5% ao ano. E o prazo prevê oito meses de carência, além de mais 28 meses de pagamento. “E o Banco do Brasil não cobrará seguro de abertura de crédito ou seguro prestamista”, acrescentou Motta.
O executivo também assegurou que esses R$ 3,7 bilhões liberados para o Pronampe não ficarão empoçados no banco. “O BB tem 2,3 milhões de clientes micro e pequenas empresas. Já estamos trabalhando do ponto de vista do crédito com elas. Já emprestamos R$ 30 bilhões a esse público desde 16 de março. E tenho certeza que o Pronampe só vai tornar mais elástica essa oferta”, informou.
“Tem havido uma sensação de escassez que leva a comentários sobre o empoçamento do crédito no sistema bancário. Mas isso não tem ocorrido. As operações têm crescido. O que acontece é que houve um volume enorme de demanda por crédito. E isso faz parecer que há certa restrição por parte dos bancos. Mas não é o caso do BB. O BB estará pronto para apoiar o segmento das micro e pequenas empresas”, assegurou Rubens Novaes.
O presidente do Banco do Brasil disse ainda que o financiamento das micro e pequenas empresas deve contribuir com o processo de retomada da economia brasileira nesse momento de reabertura gradual das atividades. Afinal, essas empresas são responsáveis por 52% dos empregos formais do país.
E ele garantiu que a equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro já tem constatado uma melhora nos indicadores econômicos. “O auge da crise aconteceu em abril. A partir de abril a economia começou a se recuperar. Foi só soltar um pouco o freio das atividades econômicas que os consumidores e as empresas começaram a responder. […] Estamos sendo surpreendidos pelos números que estamos recebendo. E essa tendência de liberação do comércio permanecerá daqui para a frente. Estejam preparados que a retomada virá”, disse Novaes aos microempreendedores que acompanharam o lançamento do Pronampe pela internet.
Fonte: Correio Braziliense