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Após Copom, bancos reduzem projeções para os juros

A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da última semana provocou uma onda de revisões para baixo nas projeções da Selic, a taxa básica de juros do Brasil. Na sexta-feira, dia 8, os dois maiores bancos privados do País, Bradesco e Itaú, anunciaram corte nas previsões, para 7%, e casas internacionais, como UBS e Mitsubishi UFJ Financial Group, também reduziram seus números. O francês BNP Paribas e o Banco Safra preveem que os juros podem cair ainda mais, para 6,5%.

O Copom anunciou na quarta-feira, dia 6, corte na Selic de 1 ponto porcentuarl, de 9,25% para 8,25%, e anunciou que deve reduzir de forma "moderada" o ritmo de cortes nas próximas reuniões. Para os economistas do Bank of America Merrill Lynch, em vez de reduzir o juro em 1 ponto porcentual, como fez nos últimos encontros de política monetária, o BC deve diminuir o ritmo para 0,50 ponto nas próximas duas reuniões deste ano.

A perspectiva de inflação comportada nos próximos meses aliada a um cenário externo benigno, câmbio menos volátil e recuperação moderada da atividade econômica vão continuar permitindo que o BC corte juros. "Os limitados riscos para a inflação de 2018 devem fazer o Banco Central seguir cortando um pouco mais os juros", afirmou o Bradesco.

O Bradesco cortou a projeção para a Selic no fim de 2017 de 7,5% para 7% e descarta, por enquanto, a necessidade de subir a taxa no ano que vem. Por isso, a Selic deve permanecer nesse patamar ao menos até o fim de 2018. "A recuperação da economia se consolida, sem aceleração da inflação", destaca o relatório. O banco cortou ainda a estimativa para o IPCA deste ano, de 3,4% para 3% e em 2018 estima que o indicador deve ficar em 3,9%. "Apesar dos sinais de retomada do consumo, as surpresas baixistas com a inflação persistem."

O Itaú Unibanco também anunciou ter alterado sua projeção para a Selic, de 7,25% para 7%, no fim deste ano. Após a reunião do Copom, o banco espera que o BC diminuia o ritmo de redução da Selic para 0,75 ponto porcentual, levando a taxa para 7,50% em outubro. Depois disso, o Copom faria outro corte, de 0,50 ponto. "Mudamos nossa estimativa para o fim do ano para 7%, de 7,25% anteriormente", avalia o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, em nota comentando a revisão.

 
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No relatório, Mesquita afirma que uma economia em recuperação e a inflação baixa amparam a intenção do Copom de desacelerar a velocidade de queda dos juros e eventualmente finalizar o ciclo de recuo da Selic. O banco ainda cita, dentre outros fatores, o quadro de alívio na inflação mencionado pelo Copom. "O Comitê avalia que a evolução da inflação permanece bastante favorável, mas já não fala de desinflação", ressalta o banco.

O Safra e o BNP acreditam que a Selic vai chegar no fim do ciclo de corte de juros em nível menor que o previsto anteriormente. O Safra, em relatório divulgado nesta sexta-fira, prevê que o ciclo será um pouco mais longo, terminando na primeira reunião do Copom de 2018, com o juro básico chegando a 6,5%. Antes, a previsão é que não haveria cortes no ano que vem. No caso do BNP, o banco reduziu a estimativa da taxa de 7% para 6,5% no final do ciclo, que deve ocorrer em março de 2018.

Visão externa. Entre outros bancos internacionais, o UBS reduziu a estimativa para a Selic de 7,50% para 7,25%, com esse nível devendo permanecer ao longo de 2018. Esse cenário considera a possibilidade de redução da taxa em 0,75 ponto porcentual no encontro do Copom em outubro e outro corte de 0,25 ponto em dezembro. No relatório, o banco cita que a recuperação gradual está em progresso e a inflação continua favorável. Já o Mitsubishi UFJ Financial Group (MUFG) foi ainda mais radical no corte da projeção e reduziu a estimativa da Selic no fim deste ano de 8% para 7%. Contudo, para 2018, o banco estima que o BC voltará a elevar os juros, que devem subir para 8%.

Entre as consultorias, a economista e sócia da Tendências Consultoria Integrada, Alessandra Ribeiro, acredita que o Copom deve diminuir o ritmo de queda dos juros de um ponto para 0,50 ponto porcentual na reunião de outubro, e promover outro corte de 0,25 ponto em dezembro. "Sem surpreender, o Copom reduziu a taxa básica para 8,25% em um contexto em que o quadro inflacionário segue bastante confortável e as expectativas continuam bem ancoradas", avalia ela, que prevê a Selic em 7,5% no final do ano.

Contudo, a Tendências alterou suas projeções para a inflação deste ano, de 3,80% para 3,10%. O economista Márcio Milan explica que o principal motivo da revisão deriva do cenário inflacionário corrente menos pressionado que o contemplado anteriormente.

 

Revista PEGN

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