Com a chegada do verão, que começou no dia 21 de dezembro, o setor de bares e restaurantes, em especial nas regiões litorâneas do país, projeta bons números para o período.
Segundo estimativas da Abrasel, a área deve movimentar cerca de R$80 bilhões e gerar mais de 60 mil vagas de emprego entre os meses de janeiro e fevereiro de 2022.
A expectativa é de que, no verão, nas regiões litorâneas, o aumento nas vendas nos bares e restaurantes possa chegar a 30%.
Uma das explicações para as perspectivas positivas do setor se dá ao fato de que muitas pessoas deixaram de viajar para o exterior.
Sendo assim, o consumo interno tem sido alavancado de forma inédita, especialmente nos pontos turísticos nacionais. É o que explica Paulo Solmucci Jr., presidente-executivo da Abrasel.
“Muita gente que deixou de ir para o exterior vai para os bares e restaurantes e para as pousadas. Então há muita disposição para frequentar o setor no Brasil, e nós estamos muito animados para que esse movimento seja um momento de arrancada definitiva para encerrar esse ciclo tão doloroso que foi a pandemia”, comentou Solmucci.
A Abrasel é uma organização de cunho associativo empresarial, que tem como missão representar e desenvolver o setor de alimentação fora do lar (AFL).
Segundo a associação, até março do ano passado, existiam 1 milhão de negócios do setor, empregando diretamente 6 milhões de brasileiros.
Desses, 300 mil fecharam as portas em definitivo e mais de 1,2 milhão de trabalhadores foram demitidos no último ano, em decorrência dos impactos diretos da pandemia da Covid-19.
Já de acordo com o Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio (SindRio), a capital fluminense foi a que mais abriu vagas em bares e restaurantes nos últimos 12 meses.
A projeção é de que a cidade seguirá capitaneando esse processo de retomada, e deve responder por cerca de 10% da geração de vagas para o setor em todo o país.
Para o presidente do SindRio, Fernando Blower, o turismo nesta época do ano tem papel essencial nos números positivos do setor.
“O turismo interno é fundamental e tem sido importante para segurar o faturamento em cidades turísticas como o Rio. Para a cidade, temos uma projeção de rede hoteleira com alta ocupação até o carnaval, que terá reflexos positivos para os restaurantes. Mesmo com o cancelamento dos shows da orla, teremos fogos pela cidade e eventos privados, o que acabou segurando as reservas de turismo”, pontuou Blower.
No entanto, o presidente destacou que o setor ainda sofre os impactos da pandemia.
Ele citou pesquisa nacional divulgada no dia 8 deste mês que apontou que 69% dos restaurantes operam com menos pessoas do que consideram ideal, mostrando uma certa apreensão em relação aos resultados futuros.
A pesquisa realizada pela Associação Nacional de Restaurantes (ANR), pela consultoria Galunion e pelo Instituto Foodservice Brasil (IFB), mostrou ainda que 53% não pretendem sequer fazer contratações temporárias para este fim de ano, e metade dos estabelecimentos deve fechar 2021 no prejuízo e com dívidas a serem pagas em até três anos.
Apesar disso, as projeções são otimistas em relação ao verão. Tanto é que a Orla Rio, concessionária que administra os 309 quiosques entre o Leme e Pontal, investiu cerca de R$8 milhões. Serão inaugurados 35 novos estabelecimentos, gerando cerca de 200 empregos.
Previsão do tempo para o verão pelo Brasil
O verão começa oficialmente no dia 21 de dezembro de 2021 às 12h59 (Horário de Brasília). A previsão feita pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) indica que haverá chuvas acima da média em São Paulo e no Triângulo Mineiro.
Já nas demais áreas deve chover abaixo da média para o período. As temperaturas, de modo geral, deverão ficar acima da média ao longo do verão.
Na região Nordeste, de modo geral, as temperaturas deverão permanecer próximas e abaixo da média para o período, mas com chuvas acima da média, principalmente nas partes central e Norte.
Em algumas localidades do Sul da Bahia, famoso por praias paradisíacas e turísticas, as chuvas devem ficar mais próximas da média ou ligeiramente abaixo.
No Sul do país, o INMET indica uma distribuição espacial irregular das chuvas, com possibilidade de acumulados abaixo da média climatológica no Rio Grande do Sul, em decorrência dos impactos que o fenômeno La Niña pode causar.
Já em áreas de Santa Catarina e do Paraná, as previsões apontam para a incidência de chuvas próximas e acima da média. A temperatura deverá permanecer acima da média histórica em praticamente toda a região.
No Centro-Oeste do Brasil, exceto no sudeste de Goiás e sudoeste do Mato Grosso do Sul, a previsão mostra que deverá ter predomínio de chuvas acima da média em toda a região.
As temperaturas também devem ser acima da média em praticamente todo o Centro-Oeste.
Já na região Norte, os modelos do INMET indicam que o verão deverá ter volumes de chuvas bem elevados e acima da média na maior parte do seu território.
Algumas áreas do oeste do Amazonas e Roraima tendem a ter precipitações abaixo da média. As temperaturas devem ficar na média do período, com exceção do Pará e do Amapá.
Fonte: Abrasel