As vendas no varejo brasileiro interromperam sua trajetória de quedas em fevereiro deste ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que fez a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisar sua expectativa de variação para 2021, quanto ao volume de vendas, de +3,1% para +3,3%. A estimativa tem como base a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE nesta terça-feira (13).
A pesquisa aponta que o volume de vendas no comércio varejista avançou 0,6% em fevereiro, após três meses seguidos de queda, mas os números ainda são modestos e registram perdas em relação ao período pré-pandemia na maioria dos segmentos. Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o resultado é animador, mas há um grande desafio de sustentabilidade para os próximos meses.
“É um respiro. Um crescimento pequeno, mas sobretudo uma tendência que mostra a força que o setor mantém nesse cenário desafiador. É inspirador ver esse resultado em um começo de ano tão difícil, com o agravamento da pandemia e medidas de isolamento necessárias para contenção do vírus. O comércio se adaptou rapidamente às mudanças, mas ainda é muito dependente do consumo físico”, avalia Tadros.
Melhora real apenas no 2º semestre
Segundo acompanhamento do Google Mobility, utilizado pela CNC no estudo, a concentração média mensal da população em áreas residenciais em fevereiro ainda se encontrava 6,3% acima do observado no início de 2020. O percentual avançou para 10,5% em março e para 12% no início de abril, o que pode impactar o resultado das vendas a ser calculado nos respectivos meses.
O economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes, explica que ao longo da crise sanitária observou-se clara correlação negativa entre o isolamento social e o desempenho mensal das vendas no varejo: “A tendência é que as vendas só reajam positivamente de forma contínua a partir da segunda metade do ano, período em que se espera um nível de imunização mais significativo em relação ao atual e, portanto, menos restrições ao funcionamento dos estabelecimentos comerciais”.
Confira a análise completa
Analise-CNC-PMC-fevereiro-de-2021
Fonte: CNC