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Abertura de empresas de entrega de alimentos cresceu 46,7% em 2020

De várias maneiras, a pandemia estimulou a criação de novos negócios no país ao longo de 2020. Foram abertas mais de 3,3 milhões de empresas no ano, um crescimento de 6% em relação a 2019, segundo o boletim Mapa de Empresas divulgado na terça-feira, 02/02, pelo governo Federal.

Em um período de estímulo ao isolamento social, o empreendedor foi rápido em adequar os negócios a essa nova realidade. A atividade que mais cresceu no ano passado em relação a 2019 foi a de fornecimento de alimentos preparados para consumo domiciliar, com alta de 46,7% no número de novos negócios.

Foram abertas 110,2 mil empresas desse tipo em 2020. São empreendimentos que operam basicamente por meio de delivery e que, segundo Gleisson Rubin, secretário especial adjunto de Desburocratização, espelham a mudança comportamental do consumidor durante a pandemia.

“Os dados do boletim sugerem um movimento de substituição de lojas físicas por outras que operam exclusivamente no ambiente virtual. Alimentação, objetos para o lar, vestuário e calçados, e tudo o que não exige uma logística onerosa tende a migrar para o virtual”, diz Rubin.

O governo começa a captar esse movimento com os dados de abertura de empresas, que já se mostrava uma tendência pelos números do crescimento do e-commerce no país, que teve alta de 40% no ano passado, segundo a Ebit.

Outra informação do boletim, que sugere algum impacto da pandemia na atividade empresarial diz respeito ao crescimento no número de negócios de pequeno porte, possivelmente estimulados pela elevada taxa de desemprego e apoiados financeiramente no auxílio emergencial.

Sem perspectivas de recolocação no mercado de trabalho, afetado pela fraca atividade econômica, muitos brasileiros buscaram renda empreendendo. Nesse cenário, 2,6 milhões de MEIs foram abertos em 2020, alta de 8,4% sobre 2019.

Do total de empresas abertas no ano passado, 56,7% foram MEIs.

O crescimento das Sociedades Limitadas, normalmente compostas por microempresas, foi ainda mais impressionante. As aberturas nessa modalidade expandiram 39,5%. Foram efetivadas 400 mil Sociedades Limitadas em 2020.

O governo federal dá outras explicações, além da pandemia, para esse crescimento dos pequenos negócios. Antonia Tallarida, subsecretária de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas, diz que a alta tem relação com a melhora no ambiente de negócios.

No caso das Sociedades Limitadas, para o governo, o estímulo veio com a criação da Sociedade Limitada Unipessoal, que vem substituindo a Eireli.

AMBIENTE DE NEGÓCIOS

Os números do Mapa de Empresas mostram que alguns aspectos do ambiente de negócios começam a melhorar no país. O tempo médio para abertura de empresas caiu de 5 dias e 9 horas, em janeiro de 2019, para 2 dias e 13 horas, em dezembro de 2020.

Esse resultado se trata de uma média: Gleisson Rubin afirma que 45% das empresas abriram em menos de 1 dia, por se tratarem de negócios de baixo risco. A meta do governo é baixar a média geral para 1 dia até o final de 2022.

Goiás se mantém como o Estado que abre empresas mais rapidamente, em 1 dia e 2 horas. Já na Bahia, o processo é o mais demorado, leva 6 dias e 20 horas.

Para ranquear os tempos de abertura, só são considerados os municípios integrados à Redesim. A cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, não faz parte dessa rede que integra os sistemas de órgãos municipais, estaduais e Federal.

Além disso, o Mapa de Empresas não considera o período que o cidadão leva para apresentar a documentação aos órgãos públicos.

TEMOS 20 MILHÕES DE EMPRESAS

Um total de 3,3 milhões de empresas foram constituídas ao longo de 2020, um recorde para um mesmo ano. Como 1 milhão fecharam, o saldo do ano passado foi de 2,3 milhões de empresas, que elevaram a massa de negócios ativos no Brasil para quase 20 milhões.

Vale destacar que o Mapa de Empresas computa os CNPJs ativos e os encerrados. Muitos desses 20 milhões de negócios podem estar ativos, mas inoperantes porque não deram baixa no CNPJ.

Das 3,3 milhões de empresas abertas no ano passado, a maioria atua nos setores de comércio e serviços, que concentram mais de 80% delas.

O comércio varejista de vestuário e acessórios encampou o maior número de empresas abertas em 2020. Foram mais de 200,6 mil, alta de 11% sobre 2019. Há mais de 1,1 milhão de empresas com esse perfil ativas no país.

Percentualmente, porém, a maior alta aparece entre a atividade de fornecimento de alimentos preparados para consumo domiciliar, com crescimento anual de 46,7% após a abertura de 110,2 mil empresas

Comércio de vestuário e acessórios também foi a atividade que mais acumulou empresas fechadas no ano passado. Foram 73,6 mil encerramentos nesse segmento, ou seja, cerca de 30% do total de empresas abertas.

Mais de 50% dos negócios abertos em 2020 foram constituídos no Sudeste, basicamente em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Mas os maiores crescimentos no número de novas empresas aparecem no Nordeste.

Enquanto em São Paulo as aberturas cresceram 2% em relação a 2019, no Amazonas a alta foi de 23,9%, no Pará de 20,3% e em Sergipe de 16,8%. O Estado com menor crescimento no número de empresas abertas em 2020 foi a Bahia, com alta de 0,7%.

Fonte: Diário do Comércio

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