Modalidade anunciada por bancos e empresas de cartão de crédito, o parcelamento com juros, em até 36 vezes, no cartão, pode aumentar o descontrole financeiro das famílias e prejudicar o processo de recuperação econômica, alerta o IPF-MS (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS).
“É preciso parcimônia. Esse tipo de taxa de juros torna o crédito mais caro e interfere de forma negativa nas expectativas do consumidor, que são importantes para a recuperação da economia. O acesso ao crédito é um dos indicadores analisados na Intenção de Consumo das Famílias (ICF), calculada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo)”, observa o presidente do IPF-MS, Edison Araújo.
Outra preocupação é quanto ao possível aumento do índice de inadimplência, considerando que o cartão hoje é o meio de endividamento para aproximadamente 65% das famílias. Se por um lado, traz como vantagem ao lojista o lojista o recebimento do valor da venda em até cinco dias, ao passo em que hoje esse prazo depende do parcelamento. De outro, os juros podem inibir o consumo, na avaliação da economista do IPF-MS, Daniela Dias.
“O que precisamos neste momento é estimular o consumo, que está mais consciente e ter nossos indicadores positivos e eles estão pautados nas expectativas”, diz. No crediário do cartão de crédito, os juros serão menores do que os disponíveis no rotativo do cartão, atualmente em 317% ao ano, segundo dados de fevereiro do Banco Central (BC). Assim, comparando as duas opções, o crediário no cartão de crédito é mais vantajoso. Mas não haverá taxas fixas. Elas vão variar conforme o emissor do cartão, o número de parcelas da compra e o perfil do cliente. A nova modalidade de crédito visa a acabar com o parcelamento a prazo sem juros.