De acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE, o faturamento real dos dez segmentos que compõem o comércio varejista no conceito ampliado apresentou avanço de 0,2% em julho, na comparação com o mês anterior, já descontados os efeitos sazonais. Esse foi o quinto crescimento mensal das vendas no ano e o segundo consecutivo, evidenciando, assim, um lento mas claro processo de recuperação do volume de vendas em 2017.
Ainda na comparação mensal, destacaram-se positivamente os segmentos de informática, comunicação e materiais de escritório (+4,4%), materiais de construção (+0,9%) e hiper e supermercados. Na comparação com julho do ano passado, o varejo ampliado registrou crescimento de 5,7%, a maior taxa nesse tipo de comparação desde fevereiro de 2014 (+8,3%). Mais uma vez, o crescimento das vendas foi liderado pelo ramo de vestuário e calçados (+15,5%) seguido por móveis e eletrodomésticos (+12,7%) e por equipamentos de informática e comunicação (+11,6%).
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) destaca que os recentes resultados positivos levaram o varejo brasileiro a acumular leve alta das vendas nos sete primeiros meses do ano em relação ao mesmo período de 2016 (+1,1%). Três dos seus principais componentes encontram-se claramente em recuperação após dois anos de fortes perdas. São eles: vestuário e calçados (+7,1%), móveis e eletrodomésticos (+6,8%) e materiais de construção (+5,6%). Ainda nessa base comparativa, 15 das 27 unidades da Federação acumulam desempenho positivo em 2017, destacando-se com variações de +12,8% em Santa Catarina, +8,8% no Rio Grande do Sul e +7,7% no Amazonas.
Mediante tais dados, a CNC a revisou suas expectativas para o varejo ampliado em 2017, de +1,8% para +2,2%. A entidade entende que, além da percepção de que fundamentos importantes reativos às condições de consumo (como inflação baixa e taxas de juros em queda) deverão continuar contribuindo de forma positiva para a reação das vendas no curto prazo, para o setor será fundamental a recuperação do mercado de trabalho na segunda metade do ano. Assim como para 2018, a reativação dos investimentos se coloca também como condição necessária para a sustentabilidade do desempenho do comércio. “Com o fim do efeito dos saques das contas inativas do FGTS sobre as vendas, a continuidade da tendência de crescimento do setor nos próximos meses dependerá da aceleração na geração de postos de trabalho e da retomada dos investimentos, que acusaram 14 quedas nos últimos 15 trimestres”, afirma Fabio Bentes, economista-chefe da Confederação.
Ascom CNC